A companhia norte-americana Monsanto, principal fabricante de alimentos geneticamente modificados, acaba de dar um ‘tiro no pé’. O resultado de uma pesquisa feita pela empresa sobre os efeitos de um milho transgênico veio a tona, tornando-se um forte argumento contra o discurso de que não há provas de prejuízos a saúde de quem consome alimentos transgênicos.

O jornal britânico ‘The Independent’ teve acesso a uma pesquisa da Monsanto, de 1.139 páginas, com estudos em dois grupos de ratos. O primeiro foi alimentado com o milho transgênico MON 863 e o segundo, com milho não-modificado. Os roedores que foram cobaias do milho transgênico tiveram os seus rins reduzidos e sofreram alterações na composição de seu sangue, com possíveis prejuízos a seu sistema imunológico. Alguns médicos chegaram a apontar o surgimento nos ratos de uma doença como um tumor. O estudo confirmaria a pesquisa feita há sete anos pelo cientista Aspad Pusztaim que identificou mudanças significativas na saúde de ratos alimentados com batatas geneticamente modificados. O cientista teve de se aposentar, pelas críticas à pesquisa.

A divulgação da pesquisa é um forte golpe nos planos da empresa de vender nos países da União Européia este tipo de milho transgênico, criado em 2003. O milho possui uma resistência às pragas, mas a polêmica sobre os efeitos na saúde têm aumentado.

O milho transgênico já responde por 14% da área plantada no mundo, com 19,3 milhões de hectares, em 2004. No Brasil, o governo Lula autorizou a importação de milho transgênico da Argentina.