Rio de Janeiro 9 10 2018 O economista Paulo Guedes, que comanda o núcleo econômico da campanha do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa.foto Fernando Frazão Agencia Brasil

Paulo Guedes é um capacho do Fundo Monetário Internacional (FMI). Hoje, o ultraliberal ministro da economia do governo Bolsonaro está de birra com o organismo de rapina do imperialismo, mas tal divergência não por questionamento ao papel de espólio e de recolonização que cumpre o FMI, mas sobre a análise de dados da economia brasileira.

O FMI diz que o Brasil seguirá não crescendo no próximo ano, Paulo Guedes não aceita. Mas o FMI nem precisa dizer o óbvio, Paulo Guedes não adianta ficar com birra, pois é a vida real da classe trabalhadora brasileira que revela o quanto o país está afundando social e economicamente.

Essa realidade de fome, desemprego, miséria, violência e barbárie social que vive o Brasil é responsabilidade da política econômica aplicada por Paulo Guedes e Bolsonaro, bem como, dos demais governos que passaram – Collor, Itamar Franco, FHC, Lula, Dilma e Temer – que aplicaram as receitas neoliberais do FMI. Todos eles foram capachos do imperialismo. Impuseram políticas neoliberais para enriquecer banqueiros, à custa da exploração e da opressão da classe trabalhadora brasileira.

Enquanto 13,5 milhões de brasileiros estão desempregados, segundo o IBGE (a realidade é bem pior), e 19 milhões estão passando fome, catando resto de comida em caminhões de lixo, quase 50% de todo o orçamento da dívida pública vai para os bolsos de banqueiros, como pagamento de juros e amortizações da dívida pública, principal política de rapina do imperialismo, conduzida pelo FMI.

Essa política de rapina, para ser aplicada, conta com o apoio da burguesia brasileira, que cumpre o papel de sócia menor do imperialismo. Essa burguesia que faz do Estado o seu balcão de negócios e que tem total acordo com a política entreguista de Paulo Guedes e Bolsonaro. Uma burguesia lambe-botas do imperialismo, que em meio a pandemia, quando mais de 5 milhões de brasileiros entraram na linha da pobreza, teve 40 de seus representantes entrando na lista dos mais ricos do mundo.

Não podemos nos iludir, a burguesia brasileira é aliada do imperialismo, sócia do FMI. As críticas de Paulo Guedes não passam de divergência sobre dados econômicos, pois sobre as medidas a serem adotadas depois da análise dos dados, eles têm total acordo.

Tais medidas já são conhecidas em todo mundo, pois a cartilha do FMI é Internacional, já que é um projeto de recolonização e rapina do imperialismo sobre os países pobres: imposição de reformas neoliberais, privatizações das empresas estatais, retirada de direitos trabalhistas e redução de investimentos nas áreas sociais.

Como podemos observar, esse receituário vem sendo aplicado em nosso país, por todos os governos, incluindo os do PT, que não satisfeito em rezar na cartilha do FMI, inventaram uma conversa mole para boi dormir de que as dívidas com o fundo estavam quitadas e que eram soberanos.

Derrotar o FMI no Brasil e no mundo

O FMI foi criado em julho de 1944, após o fim da Segunda Guerra Mundial e é formado pela união de 188 países. Segundo conta em seu estatuto, “tem como objetivo a criação e manutenção de um fundo financeiro que pode ser acionado em casos de socorro econômico, bem como para fomentar o desenvolvimento de cada um dos países membros, que depositam uma quantia regularmente e podem solicitar empréstimos eventualmente”.

Quem ler acha lindo, tem até um ar de “solidariedade”, um país ajudando o outro. Mas não é assim que a viola toca.

Quem faz o empréstimo precisa dar garantias. Quais são tais garantias? Além de pagar juros altíssimos, o país precisa aplicar as medidas acima citadas que constam na cartilha do FMI.

Com esses empréstimos, os países imperialistas sugam toda a riqueza produzida pelos países pobres que pegaram empréstimos. Grande parte do orçamento, isto é, da riqueza produzida nesses países, são destinadas a pagar os juros da dívida, que se tornam impagáveis. Lembra a relação dos seringueiros com os donos dos seringais, que nunca conseguiam pagar o que deveriam no barracão.

Esse empréstimo se tornou a principal política de rapina e colonização do imperialismo no pós-guerra. Por isso, o PSTU e a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT – QI) travam uma luta implacável em todo o mundo contra o FMI.

Nosso partido, foi protagonista da luta contra o Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA), durante o governo de FHC e início do governo Lula, pois significativa um grande projeto de recolonização da América Latina pelos Estados Unidos.

Agora, que a polêmica de Paulo Guedes com o FMI ganhou destaque na imprensa, começaram aparecer nas redes sociais postagens relembrando a luta do PSTU contra o FMI. Isso nos orgulha.

Mas teve setores oportunistas e mentirosos, principalmente da direita “liberal”, que tentam associar Paulo Guedes à nossa luta contra o FMI. Isso é falso e repudiamos.  Paulo Guedes é um capacho do FMI. Eles divergem nas análises dos dados econômicos, mas estão alinhados na aplicação de políticas que aprofundam a exploração, a opressão e a miséria da classe trabalhadora brasileira.

Nossa tarefa é derrotar Paulo Guedes e sua política econômica entreguista, favorável aos banqueiros e milionários, como manda a cartilha do FMI.  Assim como temos que derrotar e destruir o FMI. Tarefa coloca ao conjunto da classe trabalhadora mundial, que sofre as consequências da rapina e recolonização conduzido por estes organismos imperialistas.

Fora Bolsonaro e Paulo Guedes! Fora o FMI!