Em Minas Gerais, o ato do 1º de Maio ocorreu em meio ao II Encontro dos Movimentos Sociais Mineiros, que foi realizado neste final de semana. O encontro debateu as reformas e a defesa dos direitos dos trabalhadores. A luta contra as reformas de Lula e do governador Aécio Neves (PSDB) unificou centenas de lutadores e movimentos, como os ativistas da Conlutas. O debate sobre as reformas contou ainda com a presença de Gílson Reis, presidente do Sindicato dos Professores e dirigente da Corrente Sindical Classista (CSC), que compareceu ao encontro descumprindo orientação da CSC em Minas. Na ocasião, foi lançada uma edição especial do jornal Brasil de Fato, com tiragem de um milhão de exemplares, denunciando o governo Aécio Neves.

O encontro foi interrompido, na manhã desta terça, para a realização do ato de luta pelo 1º de Maio. A manifestação contou com 1.500 participantes e teve início às 11h, coordenada por Eliana Lacerda, da Conlutas, e Vanderlei Martini do MST/Via Campesina.

Além das entidades participantes do II Encontro (Conlutas, Intersindical, Pastorais Sociais, MST e demais entidades que compõem a Via Campesina) também participaram da manifestação a Nova Central Sindical dos Trabalhadores e representantes dos movimentos dos sem-teto de BH e região. Estavam representados no ato o PSTU, PSOL, PCB, PCR e Refundação Comunista.

Dentre os movimentos populares da região, estavam representantes do Fórum de Moradia do Barreiro, que recém ocupou um prédio inacabado da Construtora Encol, no Bairro Serra, às vésperas do II Encontro. Esse agrupamento vem se reunindo e participando da organização do Grupo de Trabalho de Movimentos Populares da Conlutas em Minas Gerais.

A passeata percorreu as ruas centrais de Belo Horizonte e teve três momentos de parada para as intervenções dos representantes das entidades. Cada parada simbolizou uma luta dos trabalhadores.

Em frente à Caixa Econômica Federal foi feita a defesa do emprego formal e dos direitos sociais ameaçados, a denúncia da reforma sindical e trabalhista, do Super-Simples e da Super-Receita. Em frente ao INSS foi denunciada a nova reforma da previdência e os ataques aos seguros sociais (privatização do auxílio-doença e do seguro-acidente e alta programada do INSS). O ato encerrou-se em frente à Delegacia Regional do Trabalho, marcando a denúncia do trabalho escravo, da informalidade e da Emenda 3 da Super-Receita.

Boaventura Mendes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais Privados, falando em nome da Conlutas, fortaleceu o chamado a uma grande manifestação unitária e a preparação de paralisações no próximo dia 23 de maio. O PSTU foi representado no ato pelo operário metalúrgico Gilberto Gomes, o Giba.
A satisfação dos ativistas era enorme após o ato, pois mais do que a presença numérica (que foi considerada boa pelos organizadores) iniciou-se o resgate da data entre os trabalhadores mineiros, que há muitos anos não tinham uma manifestação classista em seu dia.

A CUT não realizou atividade própria e, mais uma vez, apenas pegou carona na missa celebrada na Cidade Industrial de Contagem, sem qualquer atividade ou manifestação de cunho político. Já a Força Sindical realizou um show com um cantor popular, no qual foi sorteado um automóvel.

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