Operários que trabalham nas obras do estádio Mineirão fizeram uma greve de seis dias, com a adesão de todos os 500 trabalhadores. A greve terminou no dia 20 de junho, com conquista de aumento de 4% no ganho real, pagamento de 100% nas horas extras, convênio médico e participação nos lucros, de R$ 313, das empresas que formam o Consórcio Minas Arena. Eles cobram também melhores condições de trabalho e de alimentação.
A greve é mais um reflexo do descaso e da sede de lucro das empreiteiras que atuam nas obras do PAC e da Copa. Enquanto as empresas lucram milhões, os salários são baixíssimos, as condições de trabalho desumanas e os trabalhadores são tratados sem nenhum respeito.

O governo Anastasia é o verdadeiro responsável pela situação dos trabalhadores e atuou de forma vergonhosa para desmoralizar a greve. Criou uma Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), que ao invés de zelar por condições de trabalho decentes, divulgou informações de que apenas 40% dos trabalhadores estariam parados.
A greve pode ser apenas a primeira de uma série de mobilizações até a Copa, como ocorreu em outros países. Com o cronograma apertado, o governo do estado e a prefeitura vão tentar apressar as obras. Quem sofre são os trabalhadores, com um ritmo de trabalho alucinante.

O PSTU apoiou a greve. Para nós, as obras deveriam ser conduzidas por empresas públicas, e não por empreiteiras privadas, que só pensam no lucro. A relação com os trabalhadores e a população deveria ser totalmente diferente, com condições dignas de trabalho e sem remoções da população.

Post author Vanessa Portugal, de Belo Horizonte (MG)
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