O trabalhador da General Motors Aparecido Constantino morreu na tarde do último dia 16 após um grave acidente de trabalho. O operário foi atingido por cerca de 700 quilos de chapas de aço enquanto manuseava um equipamento da área da Estamparia e Manuseio.

Constantino fazia hora extra e trabalhava sozinho na área. Ele foi encontrado ainda com vida por um funcionário de uma terceirizada da GM, mas morreu horas depois no hospital.

Ele trabalhava há 13 anos na empresa. Tinha 42 anos de idade, era casado e pai de três filhos. O trabalhador foi velado e enterrado em Caçapava, cidade próxima a São José, no dia 17.

Protesto
No dia 18, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos realizou uma paralisação de uma hora com os trabalhadores do primeiro turno da GM. Os metalúrgicos prestaram uma homenagem póstuma a Constantino, mas também protestaram contra as condições na empresa que levaram à morte do companheiro.

Dirigentes sindicais e cipeiros acompanharam o caso desde sábado. Para o sindicato, uma série de irregularidades contribuiu para o acidente. Desde 2007, cipeiros denunciavam o risco de acidentes graves no setor. Reclamavam inclusive de problemas no equipamento manuseado por Constantino, o que foi registrado em ata da Cipa.
Com as centenas de demissões realizadas pela GM no último período, as condições de trabalho foram precarizadas ainda mais. O número de trabalhadores foi drasticamente reduzido, mas em contrapartida o ritmo de trabalho aumentou.

Constantino fazia hora extra e trabalhava sozinho numa área onde antes trabalhavam dois. O setor de Estamparia também tem funcionado sem a presença de cipeiros. A empresa tem mantido grande parte dos cipeiros fora da fábrica, em férias coletivas ou licença-remunerada.

“Exigimos uma apuração profunda do que ocorreu. Hoje há uma série de irregularidades na empresa. Os metalúrgicos estão trabalhando com um número reduzido de funcionários, sob pressão da chefia e com hora extra. Agora, um companheiro foi morto.”, afirmou o presidente eleito do sindicato, Vivaldo Moreira.

Centrais protestam
Diversas centrais sindicais divulgaram nota protestando contra a morte do metalúrgico. Além da Conlutas, CUT, Força Sindical, UGT, CGTB, CTB e Nova Central Sindical se solidarizaram com as paralisações na GM organizadas pelo sindicato.
“As mortes por acidentes de trabalho têm se tornado uma constante em várias categorias. A reestruturação produtiva tem imposto um ritmo de trabalho alucinante nas empresas, o que leva a aumentar as doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho”, afirma a nota, que exige ainda uma “rigorosa investigação do acidente, bem como a punição dos culpados e providências imediatas por parte da direção da GM”.

*com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Post author Da redação*
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