Na tarde do dia 1º de fevereiro, o Acampamento Intercontinental da Juventude foi palco da oficina “A Crise Argentina e a Perspectiva Socialista”. A atividade foi organizada pelo PSTU e contou com um público de 400 pessoas, entre militantes do PSTU, da LIT e partidos da esquerda socialista argentina, entre eles a Frente Obrera e Socialista (FOS), seção oficial da LIT naquele país.

A oficina teve início com a palestra da companheira Alicia Sagra. Ela falou sobre a poderosa revolta popular que sacode o país vizinho e que já derrubou dois presidentes. Segundo Alicia, a Argentina vive uma revolução, o povo está nas ruas e as instituições burguesas como a presidência da República, o Parlamento, a Suprema Corte e as Forças Armadas perderam a legitimidade e estão sendo questionadas pelas Assembléias Populares, surgidas durante os “panelaços” para disputar o poder com o governo, os partidos tradicionais e com as instituições.

Para Alicia, é tarefa de todos os revolucionários apoiar e fortalecer as Assembléias Populares, rumo a uma Assembléia Popular Nacional e ao poder operário e socialista. A dirigente argentina também defendeu que somente um governo dos trabalhadores argentinos será capaz de suspender o pagamento da dívida externa, expulsar o FMI do país, reestatizar todas as empresas privatizadas e avançar na construção do socialismo.

Após a palestra foram abertas intervenções para o público e diversos militantes do PSTU, da LIT e das organizações presentes usaram a palavra para saudar a mobilização do povo argentino contra o FMI, a construção das Assembléias Populares e a revolução socialista na América Latina.

No final, os participantes da oficina saíram em passeata gritando palavras de ordem contra o imperialismo e convocando todos os jovens do acampamento para um “panelaço” em solidariedade a luta dos trabalhadores e do povo argentino contra o FMI e os planos neoliberais.

O “panelaço” saiu do acampamento por volta das 21h 30min, passando pelo anfiteatro Pôr-do-Sol, onde estão ocorrendo os shows e eventos culturais do Fórum, sendo encerrado com um ato em frente ao Instituto da Previdência do Rio Grande do Sul.

Além do PSTU, do FOS e demais partidos da LIT, o “panelaço” contou com a presença de algumas das organizações da esquerda socialista argentina como o Partido Obrero (PO) e o Movimento Socialista de los Trabajadores (MST).

A atividade foi bastante politizada, colocando a revolução como única saída possível para a América Latina. Os militantes gritaram palavras de ordem de solidariedade à Argentina e pela revolução. Todas as organizações tiveram direito à palavra. Pelo PSTU, falou Hermano Rocha.