PSTU, esquerda petista e estudantes independentes realizaram ontem, no acampamento da juventude, uma plenária das universidades públicas.
A discussão girou em torno da necessidade de convocar e construir um fórum nacional do movimento estudantil por fora da direção majoritária da UNE, representada pelo PCdoB/UJS, que organize e mobilize os estudantes.
Em 10 anos de UNE, o PCdoB/UJS convocou apenas 2 CONEBs (Conselho Nacional de Entidades de Base), um em 91 e o outro em 98, dos quais saiu derrotado politicamente. Durante a greve de 2001, não só não estiveram presentes na luta real do movimento como tentaram desmontar as mobilizações. Chegaram, inclusive, a desmarcar um CONEB – convocado após muita pressão – num dos momentos mais fortes da greve.
O PSTU defendeu que não é possível – é inútil – ficar esperando as votações na Executiva Nacional da UNE para construir o movimento. A oposição não pode vencer burocraticamente, já que possui 3 votos contra 8 da direção majoritária.
Em 2001, assistimos aos diversos ataques do governo: mudanças na CLT, precarizando o trabalho; fim do direito de greve; intransigência nas negociações da greve. Isso faz com que 2002 seja um ano de suma importância política. Na Argentina, o povo na rua – com os estudantes cumprindo um papel fundamental – faz estourar a revolução e é esse o caminho que devemos seguir, o das mobilizações, da ação direta.
Já para março, está sendo chamada uma greve geral contra todos os ataques sofridos, impostos pelo Imperialismo/FMI e implementados pelos governos-gerentes das democracias burguesas dos países oprimidos. Também desde março, temos de construir o plebiscito contra a ALCA, que nada mais é do que o Acordo para Legalizar a Colonização da América Latina.
Além disso, as eleições em outubro trazem um outro debate: queremos um governo que gerencie o capital e os negócios do imperialismo, que faça alianças com a burguesia, que siga destruindo o ensino público ou um governo dos trabalhadores, que rompa com o FMI, não pague a dívida externa, faça reforma agrária, reestatize as empresas privatizadas, que aplique os bilhões de dólares que saem do país para pagar a dívida no setor público, em saúde e em educação?
Diante disso, não podemos ficar reféns do PCdoB/UJS. Temos de construir já um fórum nacional do movimento estudantil, com ou sem o aval da direção majoritária da UNE. Sabemos que isso já vem sendo adiado há um bom tempo por eles e não temos ilusão alguma de que irão aprovar qualquer coisa nesse sentido.
A Democracia Socialista (DS) e a Força Socialista, da esquerda petista, dizem que temos de pressionar na reunião da executiva da UNE para que seja votada a realização do CONEB. Mas isso já foi feito e a votação segue a mesma.
A Articulação de Esquerda, que agitou durante a plenária a convocação do CONEB, acabou recuando e retirando a proposta. Não havendo acordo com a política dos companheiros da esquerda petista de pressão em cima do PCdoB/UJS, nós, do PSTU, nos retiramos da plenária com uma tarefa prioritária: construir o fórum nacional do movimento estudantil na base, nas Executivas de Cursos, nos DCEs, nos DAs e CAs, com ou sem o aval do PCdoB, para que possamos ser carro de frente nas mobilizações e não último vagão nas lutas, como tem propiciado o PCdoB.