Teve fim na última sexta-feira, 26 de março, a ocupação da reitoria da Unicamp, em Campinas (SP). Estudantes estavam acampados no local desde o dia 27.

As reivindicações específicas dos estudantes foram todas atendidas. Entretanto, o movimento estudantil da Unicamp seguem alertas e lutando para alcançar outras conquistas. Eles, agora, estão organizando uma paralisação com data indicada para 17 de abril.

Abaixo, publicamos a nota oficial do movimento que relata as conquistas alcançadas e os próximos passos da mobilização.

Nota pública do movimento de ocupação da Reitoria

Nós, estudantes organizados que ocupamos a Reitoria e o Consu (Conselho Universitário) da Unicamp, conquistamos uma vitória importante hoje com o atendimento de nossas reivindicações:

1. Sobre a Moradia Estudantil, a Reitoria aceitou ser locatária de casas para os estudantes desalojados do Bloco B, bem como financiar os gastos relacionados (água, luz, transporte e manutenção). Aceitou, também, dar início às reformas do bloco condenado, realizar uma vistoria geral da moradia estudantil seguida das reformas necessárias. Partindo da necessidade da ampliação de vagas da moradia e de seu projeto inicial de 1.500 vagas, será criado um grupo de trabalho que indicará como se dará essa ampliação. É importante ressaltar que conquistamos a saída da agora ex-administradora do Programa de Moradia Estudantil, Kátia Stancato.

2. A questão referente à homologação dos Representantes Discentes (RDs) voltará à pauta do próximo Consu e serão retomadas as atividades do grupo de trabalho que avalia a questão.

3. O reitor fará seu posicionamento público crítico aos decretos do governo Serra em artigo a ser apresentado em breve no jornal O Estado de S. Paulo.

4. A reitoria garantiu que não haverá punições ou medidas disciplinares contra os estudantes que participaram da manifestação.

Este movimento, organizado e pacífico, se retira, portanto, dos prédios ocupados por compreender que conquistou o que reivindicava, mas reitera a importância da continuidade da mobilização dos estudantes. Na Unicamp, ainda há muitas questões pelas quais lutar: a construção do teatro-laboratório do IA (Instituto de Artes), a construção do prédio do IG (Instituto de Geociências), a contratação de 75 professores para o IFCH, o financiamento
da extensão comunitária, eleição direta e paritária para reitor, entre outras.

Há também muito a avançar na luta por uma universidade pública e de qualidade. Essa luta se manifesta hoje na necessidade de barrarmos a Reforma Universitária e os decretos do governo Serra que aprofundam o processo de sucateamento e de privatização velada da universidade pública.

Convocamos todos os estudantes para que se levantem pela construção de uma greve indicada para o dia 17 de abril em defesa da educação pública. As conquistas da ocupação da Unicamp demonstram a força do Movimento Estudantil e seu potencial para avançar em sua lutas.

Nas ruas! Nas praças! Quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!