Na manhã de hoje, 27 de março, como consta em nota oficial da Ocupação da Reitoria da Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo, cerca de 200 estudantes ocuparam a Reitoria. Esse fato acontece no mesmo dia em que se realizaria o Conselho Universitário.
Esta ação tem o objetivo de garantir que os representantes eleitos pelos estudantes para o Conselho Universitário sejam homologados e que seja garantida, na Moradia Estudantil da Unicamp, uma ampliação de vagas com melhorias profundas na infra-estrutura das casas. Na semana passada, cerca de 60 pessoas foram desalojadas do Bloco B em função das rachaduras e de possibilidade de desmoronamento.
O que ocorre na Unicamp está inteiramente relacionado ao descaso do governo estadual e do governo federal com a educação pública. Em 1º de janeiro, José Serra decretou uma série de medidas que não só ferem a autonomia das universidades públicas paulistas, como também contingencia verbas, deixando fora da Unicamp cerca de R$ 5 milhões. O governo Lula respalda esse projeto de Serra com sua reforma universitária privatizante, que desobriga o Estado de financiar a educação pública.
Os estudantes das universidades estaduais paulistas, junto com os estudantes do Centro Paula Souza e com os professores da rede estadual de ensino, estão organizando uma grande mobilização pra derrotar os decretos de Serra.
Nos dias 25 e 26 de março, foram realizados dois encontros históricos para os movimentos sociais no Brasil. O calendário de lutas encaminhado nessas duas atividades indica ações exatamente como essa que os estudantes da Unicamp estão realizando: atos, ocupação de reitorias e um envolvimento cada vez maior dos estudantes nesta importante batalha de derrotar os projetos neoliberais para a educação e para a retirada de uma série de direitos sociais.
Os estudantes estão com disposição de permanecer na reitoria até que nossas reivindicações sejam atendidas. Já faz muito tempo que a reitoria da Unicamp não acredita em nosso poder de resistência. Estamos dispostos a reverter essa opinião com a permanência da ocupação.
Contamos com o apoio e a solidariedade de todas as entidades dos movimentos sociais e organizações políticas preocupadas com a luta em defesa da educação pública.