Alguns setores reconhecem que Chávez não vai ao socialismo, mas afirmam que o chavismo é uma etapa necessária para a libertação do imperialismo. Reabre-se assim uma velha estratégia do stalinismo, dos antigos partidos comunistas, de uma etapa para a revolução com um setor da burguesia. Neste caso, ao lado de Chávez, da burguesia bolivariana e das Forças Armadas venezuelanas, chegaríamos à libertação do imperialismo. Em uma fase posterior lutaríamos pelo socialismo. Essa estratégia foi a dominante na esquerda latino-americana no passado e produziu desastres monumentais.

Os trabalhadores ficavam sempre atrelados aos limites impostos por um setor da burguesia, sem nenhuma independência. E as burguesias nacionais sempre capitulavam ao imperialismo. Foi assim com Perón, Vargas, Alvarado e com absolutamente todas as versões do nacionalismo burguês.

Com a globalização capitalista, o espaço para as burguesias nacionais ficou muito mais restrito. A maioria absoluta desses setores se associou às empresas multinacionais. Por isso, o nacionalismo burguês de Chávez é muito mais limitado do que as versões do passado. Não há nenhuma chance de que o nacionalismo burguês em tempos de globalização leve a uma ruptura com o imperialismo. A experiência histórica já demonstrou que nenhum governo burguês vai levar à ruptura, só uma mobilização revolucionária e independente dos trabalhadores pode cumprir essa tarefa.

Para demonstrar isso, vamos analisar quatro questões centrais da realidade venezuelana: a dívida externa, a política petroleira, os investimentos estrangeiros e as relações comerciais com os EUA.

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