Dívida externa, petróleo e relações com os EUA. Qual é política deChávez nessas questões?A questão da dívida
Se fosse um país realmente independente, a Venezuela não seria um dos melhores e mais pontuais pagadores da dívida externa do continente.

Só em 2006, foram pagos antecipadamente cerca de US$ 6,5 bilhões. No total, Chávez pagou US$ 24,8 bilhões (equivalente à soma do orçamento da saúde e educação do país). Pior: apesar de pagar uma quantidade superior da dívida herdada (US$ 23,3 bilhões), ela continuou a crescer e chegou a US$ 31 bilhões.

Petróleo
A produção petroleira é a base da economia venezuelana e constitui 30% do seu PIB. O governo de Rafael Caldeira, anterior a Chávez, iniciou a chamada “abertura petroleira”, medida que pôs fim ao monopólio estatal do petróleo e permitiu o retorno de companhias estrangeiras que obtiveram concessões de áreas para a exploração exclusiva do petróleo. Isso ocorreu por meio das empresas mistas, associadas à estatal PDVSA. Chávez não só manteve essa medida como a aprofundou, criando novas empresas mistas e entregando áreas de exploração às multinacionais petroleiras. Hoje empresas como a Conoco-Phillips, a Chevron-Texaco e a Exxon-Mobil controlam, por meio de sua participação nas empresas mistas, 40% da produção petroleira do país. Para assegurar investimentos dessas empresas, a constituição bolivariana autoriza o Estado (no artigo 303) a privatizar parcialmente a indústria petroleira por meio das “associações estratégicas”.

Relações comerciais com os EUA
Neste caso, também fica evidente a condição de semi-colônia da Venezuela. Os dados mostram que o país continua exportando matéria-prima e importando bens industrializados. Em 2006, a Venezuela exportou para os EUA US$ 35 bilhões (basicamente petróleo e derivados) e importou US$ 8 bilhões (maquinarias, insumos industriais, etc). O país ocupa o sexto lugar nas relações comerciais com os EUA. “Apesar de sua retórica antiimperialista, o certo é que o governo do presidente Hugo Chávez consolidou o fato de os EUA serem o principal sócio comercial de nosso país”, comentou um jornalista venezuelano.

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