Crime foi político e PT deve ir até o fim na denúncia.O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) denuncia o brutal seqüestro seguido de assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT), como mais um crime político contra o movimento operário e popular.

Em setembro de 2001, já havia sido assassinado o prefeito de Campinas, o Toninho do PT, crime até agora não esclarecido. Além disso, outros prefeitos e dirigentes do PT no Estado de São Paulo foram vítimas recentes de atentados e ameaças de morte.

Estes fatos não são parte da violência em geral e indiscriminada, não são crimes comuns, como querem nos fazer crer a grande imprensa e os governos federal e do Estado de São Paulo. Nos últimas anos, dezenas de militantes e dirigentes políticos, sindicais, populares e camponeses foram assassinados. Diante de todos estes crimes políticos não há investigação e reina a impunidade, sem a identificação e punição de seus mentores intelectuais e executores materiais.

Como se isso não bastasse, uma organização assumiu publicamente a autoria do assassinato de Toninho e assinou as cartas com ameaças de morte contra os dirigentes do PT: a autodenominada Frente de Ação Revolucionária Brasileira (FARB). Este grupo busca se passar por uma organização de extrema esquerda ao afirmar que estaria disposta a matar “políticos de esquerda que estão se aproximando de partidos de centro-direita”. Não é a primeira vez que os fascistas utilizam-se deste método para confundir os trabalhadores. Para nós, trata-se de uma típica organização de extrema direita com ligações estreitas com setores do aparato policial e inclusive com o narcotráfico.

A burguesia brasileira, apesar de manter uma máscara democrática, diante da grave crise econômica e social por que passa o país, não só tolera o surgimento como deixa atuar livremente grupos de extrema direita para intimidar fisicamente os trabalhadores e suas organizações políticas e sindicais.

Denunciamos os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Geraldo Alckmin como co-responsáveis por mais este crime político que tirou a vida do prefeito Celso Daniel. Pois, até hoje, nem o governo federal nem o estadual investigaram a fundo o assassinato de Toninho do PT e demais atentados contra dirigentes do partido, bem como aqueles que os assumiram publicamente: a FARB.

O PSTU, apesar de todas as diferenças políticas e programáticas que possui com o Partido dos Trabalhadores, diante do assassinato do prefeito Celso Daniel, coloca-se ao lado e à disposição do PT para realizarmos juntos com os demais partidos operários, organizações dos movimentos sociais e entidades democráticas uma grande campanha pela identificação e punição dos responsáveis pelos assassinatos de Celso Daniel e Toninho, pela investigação de todos os atentados e ameaças de morte sofridas pelos dirigentes do partido, bem como para levantar a necessidade da autodefesa dos trabalhadores, suas organizações e dirigentes diante desta escala de crimes políticos.

São Paulo, 20 de janeiro de 2002.