A greve dos trabalhadores das obras da refinaria Revap, em São José dos Campos (SP), avança em sua terceira semana. Sem fôlego para agüentar os prejuízos caudados pelos dias parados, um setor das empreiteiras começou a “tirar a língua pra fora”. Os patrões se dividiram. E tentaram dividir os trabalhadores.

A empreiteira LM, uma das “gatas”, apelido dado pelos trabalhadores para as empreiteiras terceirizadas da Petrobras, fez nesta terça-feira, 3 de junho, uma proposta segundo a qual os trabalhadores receberiam R$ 1.500 de PLR (no ano passado eram cerca de R$ 800), reajuste de 10% (antes da greve não haviam chegado sequer a 9%), pagamento de 50% dos dias parados e mais ajuda de custo de cerca de R$ 200 para os trabalhadores de fora. Grande parte dos trabalhadores vem de outros estados, e vivem afastados de suas famílias.

Pela primeira vez na greve houve uma assembléia em separado para votar a proposta. Foi o “batismo de fogo” da unidade para os trabalhadores, porque significava, na prática, que um setor poderia entrar para trabalhar. A ansiedade tomou conta da assembléia na porta da refinaria do bairro Diamante.

Quando entrou em regime de votação, nenhum braço foi levantado a favor da proposta da empresa. Ao contrário, votaram por unanimidade pela continuidade da greve. Ao lado houve uma explosão dos mais de dois mil trabalhadores que vibravam com a decisão de seus companheiros. O companheiro Bahia afirmou, “aqui não tem ferramenta cega, não!”. Frente à primeira divisão dos patrões, uma demonstração contundente da unidade dos trabalhadores.

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