Professores votam fim da greve nesse dia 27

Trabalhadores da educação em Minas Gerais suspenderam a greve nesse dia 27 de setembroDepois de 112 dias de uma greve heróica, os trabalhadores em educação decidiram em assembléia na noite de 27 de setembro suspender a paralisação e aceitar a proposta apresentada pelo governo do estado.

Pelo acordo, o governo reconhece o direito de o Piso Nacional ser aplicado de acordo com a progressão na carreira; se compromete a pagar o piso de forma escalonada de 2012 a 2015, segundo proposta a ser elaborada por comissão composta por governo, parlamentares e sindicato; suspende as demissões a partir de hoje e revoga as punições anteriores; anistia os grevistas, além de realizar pagamento imediato de salários e abrir negociação sobre o desconto dos dias parados.

A avaliação da categoria foi que estes pontos não contemplam todas as reivindicações pelas quais a greve foi iniciada, mas é uma grande vitória, considerando a dureza do governo, o desgaste de 112 dias de greve e as demissões de designados que já haviam se iniciado.

O PSTU acredita que foi correta a suspensão da greve nestas condições, pois é o que permite algumas conquistas parciais, além de manter a categoria organizada e unida, pronta para outras batalhas que certamente virão. Acreditamos que a greve foi um exemplo para a própria categoria, pois os que a fizeram podem agora demonstrar aos demais de que ela era justa e que poderia alcançar vitórias.

Foi um exemplo para a classe trabalhadora, pois demonstra que é possível lutar e é possível vencer, em especial neste momento em que outras categorias como trabalhadores dos correios e bancários estão em greve.

É ainda um exemplo para toda a sociedade, pois chama atenção para a necessidade de valorizar os professores e, portanto, toda a educação no Brasil, com aumento dos investimentos para 10% do PIB já – necessidade que é negada pelo governador de Minas Gerais e pelos demais governos de plantão.

A greve foi importante também porque desmascarou o governo Anastasia, mostrando para os trabalhadores e a população mineira e de todo o Brasil que esse governo é inimigo da educação e dos trabalhadores.

Em relação ao Governo Federal, a greve também demonstrou grandes problemas. A própria lei do piso do governo é ruim, pois abre brechas para que os governos estaduais a questionem e não o implementem, ou implementem de forma distorcida.

O Governo Dilma se recusou também a intervir em Minas Gerais, para obrigar Anastasia a cumprir o piso. O Ministro da Educação Fernando Haddad apoiou o governo do estado na contratação de substitutos aos grevistas, o que enfraqueceu a greve naquele momento.

Por isso, a greve mostrou que não é possível acreditar que Dilma esteja do lado dos trabalhadores, como em vários momentos a direção do sindicato chegou a acreditar.

O PSTU parabeniza os educadores pela greve histórica, e conclama a todos a seguirmos organizados e unidos para os próximos desafios: o desafio de reverter as contratações de substitutos dentro das escolas; o desafio de manter o estado de greve com assembléia dia 8 de outubro, para que a negociação com o governo avance e seja cumprida.

Assim como estivemos presentes em todas as assembléias e atividades de greve nas nossas regiões, colocamos agora o PSTU a disposição de todos aqueles que quiserem fazer parte de uma organização de esquerda, de luta e socialista.