Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Metalúrgicos alemães conquistaram uma importante vitória, na terça-feira (6), ao garantirem um acordo coletivo que reduz a jornada de trabalho de 35 para 28 horas semanais para uma parcela dos trabalhadores.

Ao menos 900 mil metalúrgicos do estado de Baden-Wuerttemberg poderão usufruir da conquista, que também estabeleceu um reajuste salarial de 4,3% para toda a categoria.

O benefício só foi possível após muita mobilização. Desde o início do ano, uma série de greves atingiu o país, com o IG Metal, entidade que representa os metalúrgicos, mobilizando até um milhão e meio de trabalhadores. Empresas como a Airbus, Daimler, BMW e Bosch foram completamente paralisadas com a greve de 24h realizada na última semana.

Terão a jornada reduzida os trabalhadores que tiverem a necessidade de cuidar de crianças, idosos e parentes adoecidos.

O acordo, que será válido pelos próximos 27 meses, também garante aos trabalhadores um abono anual de 400 euros, a partir de 2019. Nesse caso, cerca de 3,9 milhões de metalúrgicos serão beneficiados.

Jornada x direitos

Enquanto os trabalhadores da Alemanha avançam em suas conquistas e podem ficar menos tempo nas empresas, no Brasil os patrões continuam na investida para implementar a reforma trabalhista, que, entre seus ataques, permite a adoção de contratos intermitentes.

Aqui na região, nosso Sindicato conseguiu barrar a implementação desse tipo de contrato, que impõe salários reduzidos e precarização de direitos. É preciso ter claro que a redução da jornada só é interessante ao trabalhador se os salários e direitos forem mantidos.

“Já passou da hora do Brasil reduzir a jornada de trabalho. Diversas experiência pelo mundo mostram que é possível, sem acarretar danos aos trabalhadores. A conquista dos companheiros alemães deve servir de exemplo positivo para o trabalhador brasileiro”, afirma o diretor do Sindicato Weller Gonçalves.

Agora, é preciso ir pra cima do governo e Congresso Nacional para barrar a reforma da Previdência, que, assim como a reforma trabalhista, trará graves ameaças aos direitos.

Vivemos um momento em que os trabalhadores têm de se organizar e ir à luta contra todos esses ataques que patrões e governos estão lançando. É por isso que defendemos a construção de uma Greve Geral, convocada por todas as centrais sindicais”, conclui Weller.