Sem sombras de dúvidas, as lutas de 2013 abalaram a estabilidade política que vivia o país desde a época das “Diretas Já”. Foi um ano em que as manifestações se chocaram com os governos do PT/PMDB e toda a sua base aliada, além de empresários e grandes corporações, como a Rede Globo.
No Maranhão, a Família Sarney, que comanda o Estado há meio século, teve de mudar sua postura política frente às mobilizações de junho que questionaram seu governo. Tanto é que todas as manifestações, até as recentes do mês de novembro, tinham como destino final a Praça Pedro II, onde fica a sede política do governo, o Palácio dos Leões.
Um estado empobrecido
Todo maranhense está cansado das piadas que são colocadas quando viajamos para outros estados. A famosa frase que o “Maranhão é a terra dos Sarneys” ganha uma conotação trágica. A situação de miséria em que se encontra o nosso povo é fruto de intenso e longo processo de apropriação da receita que é gerada pelo trabalho da classe trabalhadora maranhense e pelo uso indevido e irresponsável dos recursos naturais de nossas terras, que enche os bolsos dessa tradicional família da oligarquia brasileira.
Os dados do próprio governo mostram que as principais economias do estado (minério e soja) tiveram relativa estabilização ou queda na exportação, como é o caso do minério de ferro. Até a Refinaria Premium da Petrobras teve redução no andamento da obra e na conclusão dos projetos segundo o Boletim de Conjuntura Econômica do Estado do Maranhão de setembro de 2013. Esta é uma das obras faraônicas do governo do Maranhão e a promessa de grandes empregos ao trabalhador maranhense. Mas, pelo visto, ficaremos só com as promessas.
As propagandas do governo de Roseana Sarney (PMDB/PT) de que o estado vai muito bem se choca com a realidade dos últimos meses na segurança pública estadual, nas condições de trabalho, na educação e saúde e também no IDH, que segue entre os dos últimos lugares conforme última pesquisa da Organização das Nações Unidas. A crise do sistema prisional e a falta de investimento em escolas no estado são as principais notícias veiculadas nos últimos meses na imprensa nacional.
A condição de vida da população, principalmente das mulheres e dos negros, tem piorado. Os piores postos de emprego ou com as piores condições de trabalho estão destinados a esses setores da classe trabalhadora. Durante o mês de novembro, as organizações do movimento negro e popular, como o Quilombo Raça e Classe e o Movimento Luta Popular, junto com o Movimento de Quilombolas da Baixada, estiveram à frente da Marcha da Periferia para denunciar o extermínio organizado pelo Estado contra a população negra, quilombola e tradicionais no estado e em todo o país.
É preciso que em 2014 as organizações de esquerda apresentem um projeto que rompa com o atraso do sistema político orquestrado pela oligarquia Sarney e os movimentos sociais devem voltar às ruas para questionar esse governo que tem cada vez mais priorizado as multinacionais como a Vale e a Alcoa, isentas de altos valores em seus impostos.
A juventude que sonha e luta tem uma alternativa socialista
Durante o ano de 2013, os jovens estiveram à frente das principais manifestações de rua que denunciavam a situação precária da educação e da saúde e questionavam as milionárias obras da Copa que só enriqueceram as grandes empreiteiras do setor.
Também foram alvo das manifestações o sistema de transporte e as altas tarifas impostas pelos governos do PT e do PSDB na maioria das capitais. Onde não teve aumento, os trabalhadores e a juventude se organizaram para questionar os esquemas de corrupção, as regalias dos partidos políticos de direita, as privatizações e os escândalos que envolviam desde a Câmara de Direitos Humanos e Minorias, do governo Dilma Rousseff (PT), presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC), até falta de serviços das Câmaras Municipais.
Foi assim em São Luís. A juventude que esteve à frente da ocupação da reitoria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em maio, esteve também à frente das lutas que se confrontavam contra o governo de Edivaldo Holanda Júnior (PTC/PCdoB) e também da Câmara de Vereadores, onde fazem parte políticos de inúmeros partidos de direita, legendas e o PCdoB.
Foi uma dura batalha que, depois das ruas de junho, seguiu os meses de julho, agosto e setembro com a entrada da classe trabalhadora. As lutas que nacionalizaram e levaram milhares de jovens às ruas de junho, também esteve presente e refletiu as greves feitas pelos trabalhadores em julho e agosto. Nessas a juventude também estiveram presentes para reforçar a construção de um projeto classista e socialista com a classe trabalhadora.
É importante destacar que durante todos esses processos entidades importantes da juventude maranhense estiveram presentes dirigindo e co-dirigindo as lutas no estado, principalmente em São Luís, como é o caso do Diretório Central de Estudantes da UFMA (DCE-UFMA) e da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL). Nas principais lutas, sejam elas dentro ou fora da universidade essas entidades foram o ponto de apoio da juventude aqui no Maranhão. Entre elas estiveram: as jornadas de junho, a ocupação da Câmara de Vereadores de São Luís, a lutas por Assistência Estudantil na UFMA e a luta contra as opressões.
Nós da Juventude do PSTU, estivemos juntos mobilizando, construindo e apoiando todas essas lutas em são Luís. Em 2014 jogaremos todo o nosso peso para mobilizar ainda mais a juventude do estado para fortalecer a construção de um projeto socialista. O ano de 2013 demonstrou ser apenas um pouco de tudo que pode acontecer com as Jornadas e Lutas que já se organizam para o ano que vem, o ano da Copa.
Aqui no estado, colocaremos toda a estrutura do nosso partido e das entidades que impulsionamos a serviço das lutas e mobilizações. Já estamos apoiando e impulsionando uma campanha contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. O governo Dilma anunciou recentemente que manterá todo o diálogo com os movimentos sociais, que não houve em 2013. O próximo, ao que tudo indica, será de muita luta e desde já desejamos que eles sejam de muitas conquistas.
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