Nessa última segunda-feira, dia 15 de junho, ocorreu um incêndio na unidade de destilação da REDUC (Refinaria Duque de Caxias), colocando em risco os trabalhadores da refinaria e os moradores das comunidades do entorno. Felizmente, as informações são de que não houve feridos, e que as chamas foram controladas pelos trabalhadores do setor de SMS-SI e pela Brigada de Combate à Emergência da refinaria, evitando um desfecho ainda mais grave. Segundo informações preliminares, ocorreu o rompimento de uma tubulação, provocando o vazamento de óleo combustível a 350ºC, o que provocou o incêndio.

Não estamos diante de um episódio isolado, nos últimos anos têm ocorridos diversos acidentes no sistema Petrobrás, alguns com vítimas fatais. Na própria unidade de destilação da REDUC os incêndios são recorrentes e só não tiveram desfechos catastróficos graças à dedicação dos trabalhadores que aturam no combate às chamas e a um pouco de sorte. Mas com a sorte não se pode contar!

Isso ocorre porque a maior parte do capital da empresa está nas mãos de acionistas privados, que visam somente o lucro. Por isso, a empresa sempre busca produzir com o menor custo possível, mesmo que isso coloque em risco a vida dos trabalhadores e da população próxima às suas unidades industriais. Não há investimento em manutenção preventiva, pois muitas vezes é mais lucrativo deixar um equipamento operar até quebrar do que parar a produção.

Também falta investimento na modernização das unidades mais antigas, principalmente se o foco da modernização for segurança. Os trabalhadores da manutenção são quase todos terceirizados, têm salários mais baixos e menos diretos trabalhistas, também não têm estabilidade no emprego, o que dificulta questionar as ordens que vêm de cima. E a Petrobrás vem tentando terceirizar o setor de SMS em várias unidades, inclusive a parte de Segurança Industrial, responsável pela atuação em episódios como o incêndio na REDUC.

Desde o governo FHC, a Petrobrás passa por um processo de desmonte e de entrega ao capital internacional, que se acentuou com o governo Bolsonaro. Castelo Branco e Cia. tem se aproveitado, inclusive da pandemia, para impor uma retirada de direitos, piora nas condições de trabalho, e para entregar do patrimônio publico ao capital privado, de forma ainda mais brutal.

Nestes tempos de pandemia, como se não bastasse trabalhar sob risco de infecção pelo vírus, uma vez que a empresa não oferece as condições adequadas de prevenção e não parou as atividades não essenciais, os petroleiros também são obrigados a conviver com risco de acidentes, provocados pela política criminosa de Castelo Branco e Bolsonaro.

  • Petrobrás 100% estatal, sob controle dos trabalhadores!
  • Fora Castelo Branco!
  • Fora Bolsonaro e Mourão!