Professores de Santa Rita enfrentam repressão da prefeitura. Nova assembléia ocorre nesta terça, em semana decisiva para a greveA greve dos professores e professoras municipais de Santa Rita (PB), na região metropolitana, completou um mês no dia 07 de março, com a categoria enfrentando a repressão e truculência do prefeito Marcus Odilon (PMDB) que tenta intimidar e derrotar o movimento. A greve iniciou por conta do descumprimento de um acordo entre a Prefeitura e a categoria. O acordo previa que, em novembro do ano passado, os trabalhadores deveriam ter recebido 10% de reajuste em seus vencimentos, o que não ocorreu.

Para tanto, o prefeito e o secretário de Educação do município lançam mão de um arsenal repressivo, desde a mentira deslavada – quando passam com carro de som pela cidade anunciando que a Justiça declarou a greve ilegal, quando a prefeitura até hoje não enviou um pedido sequer à Justiça para ela se pronunciar a respeito – até a assinatura de um decreto ridículo, pelo prefeito, onde ele declara a greve ilegal.

Mais repressão
O arsenal de repressão não se encerra por aí. No dia 28 de fevereiro, a Prefeitura descontou dos salários dos trabalhadores e trabalhadoras os dias parados na greve, mesmo sem a Justiça ter decretado a greve ilegal ou abusiva. Com relação a isso, o setor jurídico do sindicato já entrou com um Mandado de Segurança para que o prefeito pague os descontos dos salários à categoria, o que deverá ocorrer nos próximos dias.

Depois, contratou professores substitutos para ocupar as salas de aula enquanto os efetivos fazem greve – o que é ilegal – e ameaçou professores e professoras por telefone, de serem demitidos caso não voltem ao trabalho. Alguns, com medo e sem procurarem informar-se junto ao sindicato e ao comando de greve, voltaram ao trabalho, mas ainda são minoria.

Em uma das maiores escolas do município, a Antonio Ferreira Nunes (mais conhecida pelo antigo nome, Isaura Guerra), na quarta-feira – 07 de março – houve um grande tumulto quando o Comando de Greve esteve lá para conversar com os professores e professoras que, ameaçados, retornaram ao trabalho e também para conversar com os contratados e explicar a eles a situação. A resposta da secretaria de Educação foi contratar dois seguranças para impedir que os professores e alunos se retirassem da escola por livre e espontânea vontade, já que a imensa maioria dos alunos queria retirar-se da escola em solidariedade aos trabalhadores.

Semana decisiva
A semana que se inicia é decisiva para a continuidade e fortalecimento da greve. No meio da semana, aguarda-se a decisão da Justiça sobre o Mandado de Segurança impetrado pelo sindicato quanto aos descontos salariais feitos pela Prefeitura de forma ilegal. Além disso, também deverá ser realizada uma mesa redonda entre o sindicato, a Prefeitura e o Ministério Público (MP), mediada por este. Espera-se, na categoria, que o MP force a Prefeitura e a secretaria de Educação a descer do seu pedestal da arrogância e truculência e cumprir o acordo assinado em maio de 2006 e que não foi cumprido em novembro passado.

Nesta terça, dia 13, os trabalhadores e trabalhadoras deverão se reunir mais uma vez em assembléia geral aonde se avaliará o movimento e preparará a categoria para o restante da semana. Na segunda-feira, o Comando de Greve percorreu várias escolas para conversar com os professores e professoras e com os alunos para convidá-los a engrossarem as fileiras da greve.