Manifestação no último dia 9 na capital cearense

Após um começo avassalador, a greve da construção civil de Fortaleza (CE) se consolida e a maioria absoluta dos canteiros de obras segue parada. Diversas regiões da cidade, do centro à periferia, tem boa parte das atividades em greve.

Passeatas tomam contam da cidade e os peões nas ruas demonstram sua força e disposição para arrancar dos patrões melhores condições de trabalho e aumento salarial. Todos os dias, os jornais tratam da greve, quase sempre atacando o movimento.

Na quarta-feira, a TV OPOVO convidou o sindicato patronal e o representante dos trabalhadores para um debate. O programa foi marcado pela intransigência dos patrões em negociar e pela posição firme e classista de Nestor Bezerra, coordenador geral do sindicato dos trabalhadores, e Paula Farias, do ILAESE. “Os trabalhadores que assistiram ao programa, nos parabenizaram” , disse Bezerra.

“Tsunami de Peão” avança para Maracanaú
Maracanaú é uma importante cidade operária, que concentra fábricas metalúrgicas, têxteis e químicas. Nos últimos anos a cidade se transformou em um verdadeiro canteiro de obras. A greve da construção civil tem adesão de 100% dos canteiros na cidade. “Estamos fazendo as maiores manifestações operárias dos últimos anos na cidade” disse Geraldo Magela, operário da construção civil e dirigente estadual da CSP-CONLUTAS.

Presidente da associação dos policiais
divulga vídeo apoiando o movimento

Durante a semana o Capitão Wagner, líder da greve dos policiais do início do ano e presidente da APROSPEC, divulgou vídeo apoiando a luta dos trabalhadores da construção civil e pediu aos policiais militares para que não cometam nenhuma agressão e não entre em confronto com trabalhadores. “Tivemos o apoio irrestrito do sindicato dos operários da construção civil e da mesma forma a APROSPEC quer apoia-los” afirmou o capitão em vídeo que está no site do sindicato.

Contra intransigência dos patrões
a greve continua nesta semana

Em assembleia nessa sexta-feira, os trabalhadores reafirmaram a greve e votaram o seu limite para negociação. Os trabalhadores reivindicam 11% para os serventes e 10,30% para meio profissional e profissional. Além da cesta básica de R$ 50. “Essa proposta de R$ 50 para a cesta básica foi feita por um trabalhador a presidente do TRT na última audiência. Abaixo disso, a categoria não aceitará” afirmou Nestor Bezerra.