As professoras e professores do Distrito Federal, no dia 13 de abril, entraram em greve por tempo indeterminado. Eles exigem que o governador José Roberto Arruda (DEM) cumpra o acordo salarial negociado com a categoria em 2007. O acordo foi enviado pelo próprio governo à Câmara Legislativa do DF que o aprovou e transformou-o em lei sancionada pelo próprio governador.

Essa lei prevê um reajuste de 19,98% nos salários, percentual igual ao aumento na arrecadação do Fundo Constitucional do DF. As verbas do fundo são repassadas pela União que já enviou, de janeiro a abril, mais de R$ 2 bilhões. A reivindicação dos professores significa um gasto de aproximadamente R$ 400 milhões durante o ano.

Só o repasse de janeiro, de R$ 473 milhões, seria suficiente para cumprir a lei e dar o reajuste. O DF ainda vai receber mais oito parcelas do fundo, e Arruda não cumpre a lei porque quer continuar sua política de entregar ao empresariado as verbas públicas.

Repressão
O governador tem tratado o movimento com truculência, cortando o ponto e contratando professores temporários para substituir os grevistas. Junto com a imprensa, procura jogar a população contra a greve, utilizando-se da política e da popularidade de Lula.

O contingenciamento do orçamento federal ocasionou um corte de R$ 520 milhões do orçamento do DF. É esse o argumento principal de Arruda, junto com as declarações de Lula de que não é correto o trabalhador reivindicar aumentos salariais em época de crise. Arruda, cinicamente, esconde da população os repasses já recebidos e o aumento na arrecadação própria do DF. O governador, alguns dias antes da greve iniciar, enviou um Projeto de Lei à Câmara Distrital congelando o salário dos servidores públicos e dos trabalhadores das estatais.

Resistir
Essa iniciativa criou a necessidade e a possibilidade de unificar a luta dos professores, servidores e trabalhadores das estatais rumo a uma greve geral do funcionalismo no DF. Os militantes da Conlutas têm batalhado por essa iniciativa e estão exigindo dos sindicatos, em especial da CUT, o máximo de esforço para construir uma greve geral em defesa das reivindicações do funcionalismo.

A greve dos professores é forte e tem conseguido o apoio da população. Está sendo desenvolvida uma série de ações de rua. Aconteceu uma passeata na festa de aniversário de Brasília na Esplanada e uma carreata com aproximadamente dois mil carros realizada um dia depois.

No dia 24, os professores do DF se somaram ao Dia Nacional de Luta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, realizando uma assembleia na Catedral. Na ocasião, recusaram uma primeira proposta apresentada pelo governo. Nesta terça, 28, acontece uma assembleia conjunta de todo o funcionalismo e estará em pauta a proposta de um dia de greve geral dos servidores do DF.

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