Tribunal de Justiça do RJ concede liminar aos servidores determinando pagamentoA greve da Uerj, que começou no dia 3 de abril, continua apesar da suspensão do pagamento dos vencimentos dos servidores. A decisão de continuidade da greve foi aprovada por unanimidade nas assembléias dos docentes e dos técnico-administrativos, no dia 8 de junho. A continuidade da greve foi a resposta dos servidores ao corte do pagamento determinado pelo governo estadual a fim de tentar por fim ao movimento.

Numa afronta à autonomia universitária, a governadora Rosinha Matheus (PMDB) decidiu aplicar falta aos servidores em greve. Para saber quem estava parado, ela baseou-se em informações obtidas diretamente nas diferentes unidades da universidade, que poderiam informar diretamente sua freqüência ao governo, sem passar pela reitoria. Até furas-greve enviariam nomes para a governadora. Os servidores repudiaram esta verdadeira intervenção do governo na UERJ e exigiram da reitoria uma posição firme em defesa da autonomia universitária e de manutenção do compromisso assumido de nenhuma punição ou retaliação.

Na semana passada, o Juiz Desembargador Dr. Rogério de Oliveira Souza, da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, concedeu liminar aos docentes e aos técnicos-administrativo determinando o pagamento integral dos vencimentos dos servidores sem qualquer desconto em virtude da greve. A decisão afirma que “o direito de greve não decorre, essencialmente, da Constituição ou da Lei; antes de qualquer texto escrito, tem grafado a sangue, ferro e fogo, nos Direitos Humanos, de natureza universal e insuscetível de apropriação reducionista por qualquer legislação nacional”. Infelizmente, até o fechamento desta matéria, o governo não havia cumprido a liminar e se negava a negociar com o movimento.

Na última sexta, dia 9, em um ato no Palácio da Guanabara, os servidores exigiram abertura de negociação, nenhuma punição e respeito à liminar concedida pela justiça.

A greve dos professores, técnico-administrativos e estudantes da UERJ, que já dura 73 dias, é contra o corte de verbas, por reposição salarial, em defesa de uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, por isso vem conquistando um amplo apoio, como se evidenciou no grande “Ato em Defesa da UERJ, realizado no dia 1 de junho no Teatrão, que contou entre outros com a presença de Zé Maria representando a Conlutas. Este movimento, assim como a greve de 2004/2005 dos técnicos-administrativos, que durou nove meses, demonstra mais uma vez que só a luta unificada dos trabalhadores e da juventude poderá derrotar a intransigência e a política de arrocho, sucateamento e privatização do (des)governo Rosinha Garotinho. Por isso, mais que nunca é necessário dar todo apoio à greve da UERJ enviando moções, telegramas e email´s ao Sintuperj e à Reitoria/Governo exigindo a abertura de negociação, nenhuma punição aos grevistas e contra a intervenção na UERJ.