Depois de 30 dias de conflito, mais de 60% dos trabalhadores terceirizados da Revap aprovaram, no dia 16, o fim da greve. A Revap é a refinaria da Petrobras em São José dos Campos. As empresas que formam a concessionária, depois de se recusarem a negociar, não resistiram e finalmente se curvaram ao movimento.

Apesar da CUT, vitória
O cansaço não foi suficiente para impedir que mais uma vez os cerca de 7 mil trabalhadores lotassem a assembléia. Foi lida a proposta da empresa e, no caminhão, houve um duelo de posições. De um lado, o sindicato da construção civil (CUT). De outro, o comando de greve e a Conlutas, representada por Donizete e Atenágoras.
A CUT tentou jogar os trabalhadores contra a Conlutas, procurando de todas as maneiras transformar a vitória em derrota. Apenas porque a greve foi realizada por fora da CUT. Ou contra ela.

O presidente do sindicato da construção desceu desmoralizado do caminhão da Conlutas. Ouviu acusações de “pelego, traíra e vendido”. Atnágoras, da Conlutas, mesmo reconhecendo que alguns pontos da pauta não foram satisfeitos totalmente, afirmou que “essa greve poderia ter ganhado muito mais se a direção do sindicato não tivesse virado as costas aos trabalhadores no início da greve”. Foi aplaudido.

Conquistas econômicas
Segundo a proposta aprovada, os trabalhadores terão 10% de reajuste, um dos maiores índices dos últimos anos. Além disso, terão o pagamento de 70% de horas extras durante a semana e 100% nos domingos e feriados. Também serão pagos R$ 1.500 de PLR e garantidos 90 dias de estabilidade. Os trabalhadores receberão seu pagamento normal (vale e pagamento) e os dias parados serão descontados pela empresa: dez dias nas férias, 17 dias na rescisão de contrato e três dias pagos pela empresa. Todas as demissões foram revertidas.

Segundo um dos dirigentes da greve, Milson, o Barba, “a greve foi uma vitória porque quase todas as nossas reivindicações foram atendidas”.
Post author Felix Mann, de São José dos Campos (SP)
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