No Rio Grande do sul, a governadora Yeda Crusius (PSDB) sofreu uma derrota antes mesmo de tomar posse. No dia 29 de dezembro, os deputados gaúchos, em sessão extraordinária, votaram contra o pacote apresentado por Yeda. Com o pacote, foram derrubadas medidas como o congelamento por dois anos dos salários dos servidores estaduais, a manutenção das alíquotas elevadas do ICMS de energia, comunicação e combustíveis, o aumento das taxas para armas, cigarros, refrigerantes e brinquedos, entre outras.

A sessão foi marcada pela mobilização dos servidores estaduais, que lotaram as galerias da Assembléia Legislativa, exercendo uma forte pressão sobre os deputados.

Também contribuíram para a derrota as divisões na própria base aliada do novo governo. O vice-governador Paulo Afonso Feijó (PFL) manifestou a sua contrariedade aos projetos e o líder da bancada do PSDB, deputado Ruy Pauletti, momentos antes da votação, renunciou ao cargo, porque havia decidido votar contra o pacote.

Os últimos acontecimentos políticos de 2006 no Rio Grande do Sul indicam a crise no mandato que se inicia. No dia 9 de janeiro, a governadora vetou o reajuste que havia sido aprovado pela Assembléia Legislativa aos servidores do Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas. O índice de 6,09% previa apenas a reposição de metade da inflação de 2004. Por conta disso, estes setores do funcionalismo estão se organizando e já tem uma reunião marcada para 16 de janeiro, na qual pretendem ampliar e unificar a luta contra o congelamento dos salários.