Muitas pessoas têm me perguntado qual minha opinião sobre essa baixaria que se estabeleceu entre a Dilma e o Serra. Nossa resposta é firme: se não há irregularidades, não há por que temer. Os dados fiscais de todos partidos e candidatos devem ser abertos, ter ampla divulgação, para que a população possa ter acesso a essas informações.
De qualquer forma, nada justifica as ações do PT. Esse partido, que chegou ao poder pela confiança dos trabalhadores, utiliza o aparelho do Estado para obter informações de seus adversários. É o vale-tudo eleitoral. Não é a primeira vez que caso como esse acontece. Em 2006, o PT já protagonizou o escândalo dos aloprados, quando surgiu um dossiê sobre os gastos pessoais de FHC, produzido dentro da Casa Civil, quando Dilma era ministra. Até hoje, ninguém foi punido.
Mas Serra também tem o rabo preso. É por isso que quer manter o sigilo fiscal. O problema começa no financiamento de campanha. Os grandes bancos e as grandes empresas dão dinheiro para as campanhas eleitorais e depois cobram a fatura.
O PT e o PSDB carregam nas costas escândalos de corrupção. Quem não lembra do mensalão do PT em 2005? Ou do panetone do Arruda, governador do Distrito Federal, no ano passado? É o sujo falando do mal-lavado.
No entanto, os trabalhadores não têm o mesmo direito ao sigilo. As informações sobre as suas vidas, seus dados, podem ser facilmente comprados nas grandes cidades. Neste dia 15 mesmo saiu na imprensa uma denúncia de que a polícia civil de São Paulo quebrou o sigilo criminal daqueles que tentaram emprego na Petrobras. Fizeram isso durante dez anos a pedido da empresa!
O PSTU não teme. Defendemos o financiamento público de campanha e não nos corrompemos aceitando dinheiro de empresas e bancos: nossa campanha é financiada pelos trabalhadores.
Reafirmo: é preciso acabar com o sigilo fiscal dos partidos, candidatos, coordenadores de campanha e ocupantes de cargos públicos.