Como todos sabem, nós, da juventude do PSTU, já há alguns anos, deixamos de participar dos fóruns da UNE e de dedicar nossos esforços a construção desta entidade. Partimos de uma avaliação de que os caminhos que o movimento estudantil precisa trilhar não passam mais por esta entidade. Estivemos juntos com centenas de ativistas independentes e entidades estudantis no Congresso Nacional dos Estudantes (CNE) e estamos, com estes ativistas e entidades, dedicando nossos esforços na construção da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL).

Sabemos, porém, que esta nossa posição não é consensual entre todos os lutadores. Embora a oposição de esquerda no interior da UNE organize cada vez um número menor de ativistas, ainda há aqueles que acreditam que a melhor maneira de organizar a luta contra o projeto neoliberal de Lula é na atuação por dentro da União Nacional dos Estudantes. Mesmo convencidos, pela dura realidade de fraudes e falta de democracia dos fóruns da UNE, que não irão mudar os rumos desta entidade, os companheiros da esquerda da UNE seguem opinando que é necessário seguir participando dos fóruns desta entidade, com o objetivo de disputar os estudantes que se encontram naquele espaço. Devido a isso, a maior parte destes companheiros, embora não todos, se negou a construir o congresso nacional dos estudantes e não estão construindo a ANEL.

Esse é um tema bastante polêmico no movimento estudantil e queremos realizar um debate sincero com os companheiros da esquerda da UNE. Já é hora de tomar uma decisão em relação a esta entidade. Até quando os companheiros, em nome da disputa dos três mil estudantes presentes no congresso, irão abrir mão de construir um instrumento que organize a luta na base buscando mobilizar os milhões de estudantes brasileiros? Já passa da hora dos companheiros tirarem conclusões de sua permanência na UNE. No que esta forma de atuação contribuiu para o enfrentamento com o projeto neoliberal do governo? Qual foi o grande salto produzido pela participação dos companheiros neste e em outros congressos da UNE?

Por outro lado, se os companheiros tivessem participado do CNE, certamente o movimento estudantil brasileiro teria avançado ainda mais com este fórum. Assim também seria se os companheiros se somassem aos mais de 1.800 estudantes presentes ao CNE, e outros milhares que não puderam participar, na construção da ANEL. Lembramos aos companheiros que, conforme decisão do CNE, não é necessário sequer que os companheiros e as entidades que os companheiros constroem rompam com a UNE para se somar a construção da ANEL. Neste sentido, reafirmamos sinceramente o chamado para que os companheiros se somem a todos os estudantes que já estão engajados nesta construção. Vamos juntos fortalecer a ANEL e o novo movimento estudantil!