Manifestantes são arrastados da frente da embaixada
Centro de Mídia Independente

Policiais reprimem estudantes na manifestação em frente à embaixadaFoi realizado em Brasília, na manhã desta quarta, dia 1°, um ato contra a brutal repressão desencadeada na última semana contra os trabalhadores da cidade de Oaxaca, no México. O protesto foi realizado em frente da embaixada mexicana, na capital federal, e reuniu cerca de 60 pessoas. Policiais que estavam no local, no entanto, não permitiram a utilização de carros de som.

O ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) era uma das entidades que estavam presentes. A entidade, assim como a Conlutas, o MST e grupos autonômos do Distrito Federal, integra o Comitê de Solidariedade ao Levante do Povo de Oaxaca. O comitê apresentou uma moção ao embaixador mexicano, condenando a violência policial em Oaxaca. “Pedimos que o embaixador nos recebesse e entregamos a carta que foi assinada por 10 entidades dos movimento sociais”, disse José Menezes Gomes, da diretoria do ANDES-SN.

`CartazesNo momento em que as entidades estavam entregando a carta, um grupo de jovens tentou ocupar um local em frente da embaixada e impedir que os policiais retirassem os cartazes contra a repressão. A polícia reagiu com a violência que lhe é peculiar e chegou a arrastar os estudantes para longe da embaixada. Segundo Camila Fonseca, estudante da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista à Agência Brasil, “Fomos agarrados, empurrados e jogados no chão“.

Em todo o mundo estão sendo realizados atos de solidariedade aos trabalhadores de Oaxaca e de repúdio à violência. Nesta quarta, na parte da manhã, também foram realizados atos em Fortaleza e no Rio de Janeiro. Segundo o Centro de Mídia Independente, também houve confronto com a polícia no ato do Rio, que atacou com cassetetes e gás pimenta.

Desde junho, trabalhadores de Oaxaca protagonizam uma insurreição originada por greves docentes, que culminou com exigência de renúncia do governador Ulisses Ruiz. No calor da lutas, os trabalhadores criaram a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), que congregava dezenas de organizações populares.

Paramilitares, a serviço do governador Ulises Ruiz, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), atacaram a tiros os manifestantes no dia 27, assassinando um voluntário da rede Indymedia, Bradley Will Roland, e deixando 23 feridos. No dia seguinte, o exército mexicano invadiu a cidade e atacou as barricadas, ferindo dezenas e causando a morte de outras três pessoas.

  • Leia a carta entregue ao embaixador mexicano no Brasil