A Embraer, que passa por um momento trágico de demissões, teve uma votação pequena contraditoriamente. O problema na empresa é a dura repressão imposta. Se, historicamente, a Embraer tenta coibir qualquer manifestação de seus funcionários, em tempos de crise e de ataques, precisou redobrar o controle.

No ato que lançou a campanha a Embraer é nossa, um trabalhador deu um relato em que dizia que aumentou muito o assédio moral sobre os trabalhadores. “Aumenta a capacidade produtiva de acordo com a força do chicote”, contava. Ele falou que os trabalhadores não podem sequer falar com o sindicato que correm o risco de demissão. Isso rendeu à empresa o sugestivo apelido de Carandiru.

A empresa não pode impedir a abertura das urnas, pois votar é um direito dos operários. Mas reservou um local repleto de câmeras de segurança. O pessoal de Recursos Humanos permaneceu na sala de votação neste primeiro dia.

Esse comportamento da empresa demonstra, certamente, uma preocupação com a reação dos trabalhadores aos ataques. Nem mesmo a tentativa da CUT, apoiada pela empresa, de criação de um sindicato fantasma, o Sindiaeroespacial, deu certo. Uma direção combativa, como a atual representa uma ameaça aos patrões. Principalmente depois da primeira vitória com a suspensão das demissões.