Cabo Campos, preso no dia 15 de maio
PSTU-MA

Liberdade imediata para o Cabo Roberto Campos, detido por ?quebra de hierarquia?O cabo Roberto Campos, um dos líderes do movimento grevista da Polícia e dos Bombeiros foi detido no Comando Geral da Polícia Militar no Calhau. O cabo foi preso por “quebra de hierarquia” quando reivindicava respeito ao direito à folga dos policiais militares.

Nesta terça feira, 15 de maio, devido à greve dos rodoviários, a Secretaria de Segurança Pública convocou policiais em folga para compor uma força-tarefa para coibir manifestações. Campos teria questionado a ação da Secretaria e incentivado os policiais a não participarem.

Expressamos nossa solidariedade ao companheiro Campos, que foi preso por reivindicar respeito aos da sua categoria. Esta é uma atitude autoritária do Comando Geral da Polícia Militar no sentido de intimidar o movimento dos militares no Maranhão que realizaram uma importante greve no ano passado que colocou em cheque o governo e o sistema de Segurança Pública do Estado.

É preciso pôr fim à repressão e às perseguições e exigir do governo Roseana a libertação imediata de Campos. Exigimos ainda que o Governo cumpra integralmente com o acordo feitos com os policiais e bombeiros durante o movimento grevista no ano passado.

Preso político da oligarquia Sarney
A prisão do Cabo Roberto Campos Filho, do 8º batalhão da Polícia Militar do Maranhão, sob acusação de incitar policiais do choque a não trabalharem no dia folga, é simplesmente absurda! Na verdade, por trás das grades do Comando Geral da Polícia Militar se encontra um homem negro que esteve à frente de uma das mais importantes greves já realizadas no estado do Maranhão contra o grupo Sarney. Em nosso entendimento, o Cabo Roberto Campos é um preso político do governo Roseana (PMDB-PT) que tenta puni-lo por ter liderado junto a outros colegas uma greve extrapolou os batalhões da PM e envolveu, na sua dinâmica, diversas organizações políticas e movimentos sociais.

As reivindicações da categoria se transformaram num tsunami popular, possibilitando que milhares de policiais se aproximassem dos movimentos populares e deixando a oligarquia decadente sem seu escudo de aço. Foi o conteúdo político da greve, e não a “insegurança” da população, que fez a realeza de sangue azul dobrar seus joelhos perante a plebe de farda azul conduzida por um homem negro.

A presença dos quilombolas no acampamento que os grevistas realizavam no parlamento estadual e a carta aberta publicada pela Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão (ASSEPMMA) pedindo desculpas aos quilombolas, índios e sem-terra pelos crimes históricos cometidos pela PM do Maranhão, obrigou a oligarquia a entregar os “anéis”, temendo que os balaios arrancassem seus “dedos”. Eis por que resolveram negociar.

Do Maranhão, as greves das PM’s e dos bombeiros expandiram por diversos estados brasileiros. E o que é mais importante, levando setores da própria PM a exigir à imediata desmilitarização das policiais e o direito a sindicalização. É verdade que a polícia, enquanto instituição, jamais deixará de ser a “mão de ferro” do Estado pesando sobre a cabeça dos trabalhadores, mas também é verdade que quando um policial veste sua consciência com o manto da classe trabalhadora, é o Estado opressor e seus parasitas que se vêem em apuros. Ficar do lado da classe trabalhadora ou agir como trabalhador consciente de seu pertencimento de classe passa a ser um crime político na perspectiva de quem domina.

Aqueles que confinaram o Cabo Roberto Campos são os mesmos que abriram as grades para os assassinos do artista Gerô, ou que tentam de qualquer forma apagar a trilha de sangue que possivelmente levaria aos autores e mandantes do assassinato do jornalista Décio Sá, que, infelizmente e tragicamente, era ligado ao grupo que ora silencia sobre sua morte.

Não temos dúvida de que o cabo Roberto Campos Filho é um preso político de um governo que pune trabalhador, criminaliza as lutas sociais e serve de guarita a jagunços e policiais assassinos.