Diretora mostra ferimento feito por bandidos
Sintrael/SP

Duas diretoras do Sintrael/SP, Adriana a Valmira, sofreram ato de extrema violência no último dia 15 de fevereiro. A agressão partiu de um grupo que está afastado da direção do sindicato por corrupção e práticas mafiosas. Abaixo, publicamos na íntegra o manifesto de denúncia e repúdio divulgado pelo Sintrael/SP.

Contra a violência e o banditismo no movimento sindical!
Pelo fim da violência contra as mulheres!

Aos trabalhadores e trabalhadoras

A Diretoria do Sintrael/SP vem manifestar, publicamente, seu compromisso com um sindicalismo democrático e de luta independente dos patrões e dos governos.

Manifestamos o nosso rechaço com o sindicalismo de negócios, de conchavos, fraudes e violência que infelizmente toma conta de uma boa parte dos sindicatos do país.

Por esse motivo, queremos repudiar a violência fascista que vitimou gravemente a presidente interina e a tesoureira do nosso sindicato na última quinta feira, 15 de fevereiro. A ação de espancamento, roubo e tentativa de homicídio foi dirigida por Wagner Gomes, vice-presidente da CUT e da CSC, e perpetrada por elementos afastados da diretoria por corrupção acompanhados de outros estranhos à categoria e por alguns funcionários da Central, que invadiram a sede da entidade.

Este não é o primeiro atentado deste bando contra as companheiras. Desde quando essas corajosas mulheres começaram a denunciá-los no PCdoB, passaram a ser objeto de todas as formas de violência. Intensificadas depois do dia 20 de setembro, quando a categoria afastou-os.

As denúncias e o afastamento
As denúncias abarcam um variado rol de irregularidades, que vão desde apropriação pessoal de dinheiro da entidade a desvios de conduta, falsificações e fraudes diversas e outros ilícitos, inclusive o “esquentamento” de carteiras de trabalho de elementos que não eram da categoria para integrarem sua diretoria, entre outras. Diante destes fatos que se sucediam há anos, o Conselho Fiscal exigiu esclarecimentos da diretoria executiva e convocou o Conselho Consultivo (diretoria de base) que reafirmou seu pedido. O pedido dos Conselhos Fiscal e Consultivo foi acintosamente negado pelos acusados, não restando outra solução que não o afastamento temporário dos envolvidos em corrupção, previsto no estatuto, até que apresentassem esclarecimentos e suas defesas nos fóruns do sindicato e na Assembléia da categoria, que ocorreu com mais de mil trabalhadores.

A resposta dos afastados foi a violência física e a busca dos tribunais. Por pedido dos próprios afastados para que houvesse uma nova reunião do Conselho Consultivo, no dia 8 de fevereiro, o juiz da 2ª Vara da Justiça do Trabalho, Lúcio P. de Souza, acompanhou como mediador (cumprindo o acordo firmado pelas partes em audiência anterior no tribunal) e reconheceu a legalidade da decisão daquela instância estatutária do sindicato: o impedimento dos corruptos.

Todo um enorme aparato foi usado para defendê-los, foram acompanhados por quase uma dezena de advogados que entraram com pedidos de mandato de segurança, negados pela justiça, exceto um. Situação que os levou ao desespero e os desmascarou, demonstrando mais uma vez sua verdadeira moral, a dupla moral, isto é, moral nenhuma!

Violência contra mulheres trabalhadoras: o ovo da serpente!
É inadmissível, sob qualquer aspecto, o uso da violência contra trabalhadores no movimento sindical, principalmente contra as mulheres. Prática de tristes lembranças, comum aos fascistas e, atualmente, método do banditismo sindical.

Tristemente, essa tem sido a prática em curso contra os trabalhadores em telemarketing, desenvolvida por Wagner Gomes para defender seus bandidos, que neste episódio deixaram de ser ladrões do colarinho branco e se tornaram reles punguistas, pois na agressão roubaram dinheiro e outros bens da companheira e da entidade.

O movimento sindical não pode tolerar tais métodos em seu meio. A omissão seria o mesmo que avalizar tais práticas nefandas contra a democracia e os trabalhadores, colocando-o sob risco de aprofundar as chagas abertas pela ofensiva conservadora, o que representaria um grave retrocesso na luta social em nosso país.

Defendemos o pleno direito aos trabalhadores de decidirem democraticamente acerca de seu sindicato. É assim que nosso movimento age e assim deve continuar. Não fomos nós que buscamos os tribunais. Foram eles e perderam jurídica e politicamente.

Portanto, apelamos ao movimento social que repudie este tipo de prática estranha à democracia e hostil ao movimento dos trabalhadores. Acusamos publicamente Wagner Gomes e o responsabilizamos e a seu bando por qualquer atentado à vida, moral e integridade física das companheiras Valmira e Adriana.

Saudações sindicais e socialistas,

DIRETORIA DO SINTRATEL/SP
São Paulo, 16 de fevereiro de 2007