Com os resultados das eleições do PT praticamente confirmados, vários deputados romperam com esse partido. Foi assim com Ivan Valente (PT-SP), João Alfredo (PT-CE) e Orlando Fantazzini (PT-SP) que anunciaram sua entrada no P-SOL. O deputado Chico Alencar deve seguir o mesmo caminho. Plínio de Arruda Sampaio, petista histórico, se filiou também ao P-SOL.

Existem hoje inúmeras rupturas na base petista, que buscam construir algo diferente do projeto reformista implementado pelo partido ao longo de duas décadas.
Infelizmente não é o rumo desses parlamentares e de Plínio. Eles fizeram justas críticas ao plano econômico neoliberal do governo e caracterizaram corretamente que o PT “esgotou seu papel como instrumento de transformação da realidade brasileira”. Mas terminaram optando por um projeto semelhante ao PT, o P-SOL.

Isso tem muito a ver com o processo ocorrido com o conjunto do PT, e não só com o Campo Majoritário, de adaptação à democracia dos ricos. Ao longo da degeneração do PT, as correntes de esquerda também passaram a centrar sua atividade ao redor das eleições, como a direção majoritária. Junto com isso, foram paulatinamente perdendo espaço, não apenas no aparato partidário, mas também eleitoral. As últimas eleições comprovavam claramente a tendência. A ampla maioria dos parlamentares petistas eleitos é ligada ao Campo Majoritário, com campanhas milionárias.

A situação piorou para a esquerda do PT com as denúncias de corrupção, pois muitos encontravam enormes dificuldades para justificar para suas bases a permanência dentro do partido. Temendo perder ainda mais espaço eleitoral e entrar em choque com suas bases, esses parlamentares romperam com o PT.

A ida para o P-SOL é conseqüência da opção desse partido por repetir o projeto eleitoral reformista do PT, controlado pelos parlamentares. Alguns deles, como Ivan Valente, entram como um bloco provisório, para participar das eleições de 2006 e depois ver se forma ou não outro partido. A entrada desses parlamentares vai reforçar a ala direita do P-SOL e o caráter eleitoral.

Felizmente, na base do movimento de massas, o processo é diferente da ação desses parlamentares. A ruptura com o PT leva os ativistas a romperem também com esses projetos meramente eleitorais e buscarem uma alternativa revolucionária.

Post author Eduardo Almeida e Jeferson Choma, da redação
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