Caravana faz reunião com haitianos
Rodrigo Correio

A quarta-feira, dia 31, começou com uma reunião com a coordenação da Batay Ouvriye, para definirmos a programação.

No período da manhã, Zé Maria foi entrevistado numa rádio local e falou sobre os objetivos da visita de solidariedade dos representantes da Conlutas.

Enquanto isso, o restante da delegação visitou os acampamentos onde estão os haitianos desabrigados pelo terremoto.

A visão é extremamente impactante: centenas e centenas de barracas, nas quais se amontoam famílias inteiras.

Entrevistei várias pessoas para, posteriormente, fazermos um vídeo sobre a situação no Haiti. Um dos haitianos relatou a situação de completo abandono da população.

“A promessa é que ficaríamos aqui apenas alguns poucos dias, mas já estamos há três meses e não temos perspectiva de sair daqui”, disse, revolta em seu olhar.

“A ajuda humanitária é muito insuficiente. Um dia trazem comida, mas, no outro, não chega nada pra gente”.

A situação de higiene também é deplorável e os improvisados banheiros químicos não trazem conforto algum aos acampados.

Quase na hora do almoço, um flagrante. Uma manifestação contra o presidente do Haiti, Renê Préval, reuniu uma centena de pessoas. De perto, soldados da Minustah (força de ocupação da ONU liderada pelo Brasil) desfilavam suas viaturas, armas e o escudo das Nações Unidas. Ninguém da delegação teve dúvida do caráter intimidatório da ação.

Reuniões nos acampamentos
À tarde, a delegação fez reuniões em quatro acampamentos. Com as lideranças destes agrupamentos, os representantes da Conlutas discutiram o papel representado pela ocupação militar e apresentaram sua solidariedade.

Na primeira reunião, no acampamento próximo a Cite Soleil, tida como região mais pobre de Porto Príncipe, cerca de 100 pessoas se espremeram para receber a delegação, um encontro muito intenso. Trata-se de um dos acampamentos mais organizados, já que é controlado pela Batay Ouvriye.

No final desta postagem, uma observação: estamos com grande dificuldade de acesso à Internet. Por este motivo, o blog não está sendo alimentado diariamente. De qualquer modo, na medida do possível, vamos relatando as impressões dos representantes da Conlutas em solo haitiano, que, em tempo, listo abaixo:

Cecília de Paula (Andes) – UFBA
Cláudia Durans (Andes) – UFMA
Elvio Mariano (Andes) – Unicentro
José Maria de Almeida (Federação dos Metalúrgicos/MG)
Vivaldo Moreira Araújo (Sind. Metal. São José dos Campos/SP)
e eu, Rodrigo Correia (jornalista do Sind. Metal. São José dos Campos/SP)

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