No último dia 22 de outubro a sede do PSTU de Campinas ficou mais colorida: essa data marca o lançamento da Secretaria LGBT do Partido na regional. A casa ficou lotada: oitenta pessoas se esforçavam para arrumar um lugarzinho e assistir à palestra de Wilson Honório Silva – que fez um resgate da história do movimento desde a Alemanha até os dias de hoje, ressaltando a importância de nossa organização que, desde seu início na década de setenta, esteve à frente de episódios importantíssimos para a construção de instrumentos de luta, como o grupo SOMOS, a Parada LGBT de São Paulo (a maior do mundo), a ABGLT e a intervenção nos sindicatos (a começar pelo famoso primeiro de maio de 1980, no ABC Paulista, quando um grupo de 50 homossexuais foi aplaudido pelos 100 mil trabalhadores que acolheram seu apoio à luta contra a exploração).
Wilson também falou sobre a necessidade da combatividade e a importância da paixão e da criatividade no movimento, referindo-se bastante também à opressão que recai sobre negros e negras e mulheres trabalhadoras, lembrando que os oprimidos levamos nossas bandeiras juntamente à luta de todos os trabalhadores contra a exploração capitalista.
Além dos militantes do partido na regional (e visitantes de outras regionais), tivemos a presença de importantes ativistas do movimento da diversidade sexual, como os companheiros do Grupo Identidade, que vieram prestigiar o lançamento e manifestar sua solidariedade ao trabalho que estamos desenvolvendo – como, é importante destacar, os companheiros têm feito desde os primeiros esforços para a construção dessa secretaria. Camaradas da ANEL, da CSP-Conluta, do PSOL, metalúrgicos, petroleiros, professores, servidores da Unicamp e muitas crianças estiveram conosco na sede do PSTU, fortalecendo mais esse instrumento de luta da classe trabalhadora.
Ao término do debate, demos início à festa com a apresentação de Madame Lucrecia, drag queen que animou os participantes com uma gag provocativa trazendo para o palco iluminado o potencial político e revolucionário de uma prática sexual pouco apreciada pelos mais conservadores. A drag assumiu o comando das pic ups e pôs todo mundo pra dançar ao som de clássicos gays e batidas contemporâneas saídas diretamente dos bailes funk do Rio e das aparelhagens do Pará.
Seguimos na luta pela aprovação imediata da lei que criminaliza a homofobia. Sabemos que leis como o PLC 122 são limitadas (como é limitada a lei do Racismo, ou a lei Maria da Penha), mas pensamos que sua aprovação nos fortalece para lutar pela construção de um mundo em que as opressões não terão mais espaço. O Brasil ainda é o país onde mais se matam homossexuais. Temos que estar vivos para poder estar nas ruas e erguer as bandeiras do socialismo juntamente dos outros trabalhadores. Os homossexuais mais pobres são os que mais sofrem com as mazelas da opressão, especialmente transexuais e travestis. A Secretaria LGBT do PSTU está na luta porque acredita na construção do Socialismo contra toda forma de opressão. Nossa luta é todo dia!