O deputado estadual e coronel reformado Ubiratan Guimarães foi assassinado com um tiro no peito no dia 10, em São Paulo. A principal hipótese é de que tenha sido crime passional.

O coronel comandou o massacre do Carandiru, que ocorreu após o início de um tumulto na Casa de Detenção do Carandiru, em 2 de outubro de 1992. Mesmo com as demonstrações dos presos de que não haveria resistência, o coronel Ubiratan conversou com o secretário de Segurança, que falou com o governador Luiz Antônio Fleury Filho. Com a ordem dada, a tropa de choque invadiu o local com metralhadoras e fuzis, operação que resultou no assassinato de 111 detentos.

Em 2002, o coronel foi condenado a 632 anos de prisão. Mas no dia 15 de fevereiro de 2006 a Justiça o absolveu. Quatorze anos depois, ninguém foi condenado pelo massacre. Fleury e seu secretário, que autorizaram a ação, nem mesmo foram julgados.

Como se tamanha impunidade não bastasse, o coronel parecia ter orgulho de ostentar seu feito, usando sempre o número 111 em suas candidaturas nas eleições. Como candidato pelo PP a deputado estadual em 2002, assumira o número 11190. Atualmente buscando a reeleição pelo PTB, o número de sua candidatura era 14111.

Ubiratan sempre defendeu que sua postura no massacre estava correta. Na Assembléia Legislativa, fazia parte da chamada “bancada da bala”, defendendo linha dura na atuação policial. Defendia o fim da maioridade penal e a adoção de regras rígidas nas prisões, como o fim de visitas íntimas e de saídas temporárias.

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