A renúncia de Fidel provocou reações imediatas entre representantes do imperialismo, que se utilizam da bandeira da “democratização” para pressionar por uma maior abertura da economia cubana.

Por outro lado, a saída de Fidel pode aumentar as diferenças entre as distintas alas do castrismo e também debilitar sua relação com as massas. Por isso, a transição é realizada com cautela para evitar os riscos de divisão interna e, essencialmente, assegurar o controle do movimento de massas.

Os ativistas honestos de todo o mundo, em particular da América Latina, precisam encarar a realidade. Para a população de Cuba, que sofre com a crescente miséria e a repressão, a esquerda latino-americana é aliada ao regime castrista. Qualquer explosão contra o regime pode ser capitalizada por organizações atreladas ao imperialismo, caso não exista uma oposição socialista ao regime e à restauração.

Por isso, defendemos o direito à livre organização de partidos e sindicatos em Cuba. Essa é única maneira de defender as conquistas da revolução e deter o processo de restauração capitalista na ilha. Sem uma alternativa de esquerda à direção castrista, qualquer explosão social contra o regime pode ser capitalizada pelo imperialismo, como foi o caso da ex-União Soviética. Defendemos também o fim das empresas mistas, a reestatização das que foram privatizadas e o retorno do monopólio sobre o comércio exterior, para que o Estado volte a controlar plenamente a economia.

Confiamos plenamente no povo cubano, que já mostrou inúmeras vezes a capacidade de lutar contra a burguesia e o imperialismo. Por isso, defendemos plenamente o direito de debater e decidir democraticamente o destino do país e a sucessão de Fidel.

Post author da redação
Publication Date