As pesquisas confirmam a hipótese de vitória de Dilma no primeiro turno. A maioria dos trabalhadores vota na candidata do governo para derrotar a direita. Mas será que assim a direita sairá mesmo derrotada?

Realmente a representação tradicional da direita, o PSDB e o DEM, devem acumular importantes derrotas. Não só perdem pela terceira vez seguida as eleições presidenciais. Perdem de lavada, e ainda vão amargar derrotas em estados que antes controlavam como Rio Grande do Sul.

Mas são apenas estes os representantes da direita nesse país? Se tomarmos uma referência social, alguns dos setores mais importantes da burguesia estão apoiando Lula. O banqueiro Safra declarou que Lula “foi a pessoa certa no momento certo. Um grande homem”.

Os maiores bancos privados – Itaú e Bradesco – dividem seus aportes eleitorais entre o PT e o PSDB. Isso não pode causar estranheza. Afinal, o governo Lula possibilitou aos bancos um lucro cinco vezes maior que o obtido no governo FHC. Assim, não se poderia tirar a conclusão de que a vitória de Dilma seria uma derrota dos banqueiros.
Se considerarmos a “direita” como a expressão política das multinacionais, tampouco poderemos chegar a essa conclusão. Lula é apoiado explicitamente pela maioria dos governos imperialistas. Não é por acaso que ele conseguiu a realização da Copa e da Olimpíada no país. As multinacionais no Brasil também dividem seu apoio financeiro entre o PT e o PSDB. Para ser preciso, nesse momento, dão muito mais dinheiro para Dilma do que para Serra.

A direita não será derrotada em outubro porque têm os dois principais concorrentes – Dilma e Serra. Seja com um ou com outro, a manutenção do neoliberalismo estará garantida. Basta ver que em 2002, na véspera da eleição de Lula, o dólar chegou perto de 4 reais, pelo temor da burguesia. Hoje, depois de dois governos Lula, na véspera da provável vitória de Dilma, o dólar vale menos da metade, próximo a R$ 1,7 reais.

Mesmo em termos de representação político partidária, votar em Dilma é também votar em Maluf, Sarney e Collor. Ou seja, aqui também seria um voto na direita tradicional.
O voto realmente “contra a direita” é o voto em Zé Maria e nos candidatos do PSTU. Esse é o voto de esquerda a favor da ruptura com o imperialismo e da expropriação das multinacionais. É o voto em defesa da duplicação imediata do salário mínimo e da redução da jornada de trabalho para 36 horas. É o voto pela reestatização das empresas privatizadas.

Entenda essa discussão como um chamado para que se some a nossa luta. Você que participa das mobilizações salariais conosco, que constrói a CSP – Conlutas, assim como a Anel. Você que simpatiza por nossas opiniões políticas. Saiba que precisamos de você. A única possibilidade de ampliar nossa campanha é incorporarmos ativistas em todo o país.

Some-se a nossa campanha ajudando a convencer mais cinco pessoas a votar em nossos candidatos. É hora de fortalecer a verdadeira esquerda no país.
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