Desde o final da década de 70 que os educadores lutam contra a concepção de currículo mínimo, uma proposta neoliberal que estreitaria a formação dos trabalhadores em educação. Para o movimento dos educadores, a formação do pedagogo deve estar centrada na Educação e no trabalho pedagógico na escola.
Em 1999, uma Comissão de Especialistas de Pedagogia encaminha um documento com diretrizes para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Inaugura-se uma série de ataques do MEC em relação à formação de professores e ao Curso de Pedagogia. Além de uma política de crescimento desordenado do ensino superior privado, em 2002, as diretrizes para a Formação de Professores são aprovadas no CNE, alterando os cursos de Pedagogia.
A resolução, que Lula articula-se para aplicar, consolida a fragmentação dos cursos de pedagogia, criando o Curso Normal Superior e a figura do bacharelado para a formação dos especialistas. É uma significava mudança no caráter do curso. Separa-se a formação de professores licenciatura em Pedagogia da formação dos especialistas graduação em Pedagogia. Expressa o conceito de que a produção de conhecimento deve estar dissociada da formação profissional, e, para isso, transforma o curso de Pedagogia em uma espécie de curso normal superior.
Temos que lutar pela manutenção da carga horária mínima de 3.200 horas e duração de curso de quatro anos. Para isso, profissionais e estudantes precisam derrotar os pareceres 67/2003, que reforça a concepção de flexibilização curricular dos cursos de graduação, e o parecer CES 108/2003, que propõe a redução da carga horária de todos os cursos de graduação para 2.800 horas.
Esta luta está inserida no processo de luta para derrotar as reformas neoliberais de Lula e do FMI, que preparam o Brasil e a América Latina para a Alca. Sem derrotarmos estes planos neoliberais, não teremos universidades públicas com infra-estrutura necessária e um amplo programa de incentivo a todos os estudantes que se preparam para serem educadores sujeitos da construção de um mundo melhor.