O candidato da Frente de Esquerda (PSTU-PSOL), Stoessel Chagas (“Toeta”), do PSTU, teve participação destacada no debate promovido pela TV Sergipe, afiliada da Rede Globo no Estado, na última terça, dia 26 de setembro. O debate, mediado pela jornalista Delis Ortiz, reuniu cinco dos seis candidatos ao governo estadual, excluindo o candidato do PCB, o professor Celestino, com o argumento de o partido não ter representação na Câmara Federal.

Trajando uma camiseta com o dizer “Abaixo à corrupção, CONLUTAS”, a primeira indagação dirigida a “Toeta” foi justamente sobre este assunto. Ao responder, denunciou os escândalos de corrupção no governo Lula, como o esquema do “mensalão”, dos sanguessugas e o mais recente de todos, o episódio da compra do dossiê. Propôs a prisão e o confisco dos bens dos corruptos e dos corruptores, o fim dos privilégios aos parlamentares, com redução dos salários e sua equivalência a remuneração paga a um operário qualificado.

Em relação ao desemprego, “Toeta” defendeu a necessidade de redirecionar o dinheiro canalizado ao pagamento dos juros das dívidas interna e externa para um imediato Plano de Obras Públicas a fim de reduzir o desemprego e reduzir o déficit habitacional, bem como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário como uma outra fonte geradora de emprego.

Um dos momentos de maior expectativa foi quando “Toeta” se dirigiu ao candidato e atual governador do estado, João Alves Filho, do PFL, qual seria o seu posicionamento sobre a Reforma Trabalhista engendrada pelo governo Lula. Após uma resposta lacônica e evasiva, “Toeta” denunciou o caráter da reforma trabalhista de Lula e o acordo existente para que qualquer um dos dois que sejam eleitos, tanto Lula como Alckmin, tentem implementá-la. Afirmou ainda que parte desta reforma foi aprovada pelo Congresso há duas semanas, com o apoio do governo e da oposição burguesa.

O candidato do PT, o ex-prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, também não escapou da argúcia do candidato da Frente de Esquerda. Déda, ao responder “Toeta” sobre a reforma previdenciária, disse ser contra todas as medidas que retiram benefícios adquiridos pelos trabalhadores. No entanto, na réplica, “Toeta” desmentiu Déda e destacou a sua omissão, juntamente com o candidato do PFL, quando, em 2003, a pedido de Lula, o Congresso aprovou o projeto da Reforma da Previdência, que deu início ao processo de privatização da previdência pública, além de ter sido atendido pela grande maioria do Congresso.

“Toeta” não esqueceu de denunciar as organizações dos trabalhadores que traíram as lutas para apoiar o governo, como é o caso da CUT e do MST. Nas considerações finais, deixou claro para o público de Sergipe que ambos, os candidatos do PT-PCdoB e PSDB-PFL, se eleitos, “virarão as costas para os trabalhadores e atacarão os direitos impondo as reformas trabalhista, sindical e previdenciária”. Ao sair do estúdio, Toeta foi carregado pelos companheiros de partido, que entoavam como muita euforia: “Nem “mensalão”, nem dólar na cueca. O meu voto é de ‘Toeta´!”.