Bancários decidirão entre a Chapa 1, dos amigos dos banqueiros, e a Chapa 2, comprometida com a lutaA campanha para as eleições do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro está em sua última semana. Com votação prevista para os dias 3, 4, 5, 6 e 7 de abril, o pleito promete ser bastante disputado. Como em outras eleições recentes (metalúrgicos de São José dos Campos e bancários de São Paulo), a polarização se dá entre os governistas e os defensores de um sindicato independente e de luta.

A Chapa 1 – situação, da CUT, representa o continuísmo, a parceria com os patrões e o atrelamento do sindicato ao governo. O grupo está há mais de uma década na direção da entidade e, nesse período, o crescimento do lucro dos bancos foi 20 vezes superior ao aumento dos salários dos bancários.

No ano passado, o setor dos bancos foi o mais lucrativo, mas o reajuste de seus funcionários ficou em apenas 6%, o que gerou grande indignação na categoria.

Parceria para rebaixar salários
Os baixos salários de hoje, certamente, devem-se à cumplicidade entre estes dirigentes e os banqueiros. O sindicato tornou-se parceiro dos patrões. A informação recente de que a doação de bancos para o PT cresceu mais de 1.000% em 2 anos evidenciou as razões dessa “parceria”.

A diretoria do sindicato (PT, PCdoB e CUT) aceita acordos rebaixados em troca das gordas doações dos banqueiros. Por isso sai em defesa dos patrões e se enfrenta com a categoria quando esta tenta lutar por melhores salários, a exemplo da greve bancária de 2004.

Com esta direção, o sindicato carioca, como a CUT, atrelou-se ao governo e aos banqueiros e perdeu sua independência. Seus dirigentes apóiam a reforma sindical e trabalhista, que acaba com direitos históricos da classe trabalhadora e põe fim à autonomia dos sindicatos de luta.

A presença nos eventos do sindicato de chefes do alto escalão dos bancos no Rio não deixa dúvidas sobre esta mudança de rumos.

Como se não bastasse, a atual diretoria nada fala sobre os escândalos de corrupção do governo Lula. Não podem criticar os “mensaleiros” porque são apoiados por eles, fazem parte do mesmo grupo político.

CAMPANHA SALARIAL JÁ
A Chapa 2 – “Oposição para mudar e vencer!” é a verdadeira chapa dos bancários. A Conlutas faz parte desta chapa. Seus integrantes têm se enfrentado com o peleguismo da atual direção e propõem medidas concretas para lutar por aumento real dos salários e reposição das perdas. A Chapa 2 promete deflagrar a campanha salarial de 2006 no ato de posse da diretoria.

Além disso, a oposição defende os direitos e conquistas dos trabalhadores, assim como a total independência dos partidos e governos. Em razão desta postura, está entre as propostas da oposição a batalha pela apuração e punição dos envolvidos nas denúncias de corrupção do governo Lula.
boa recepção

A campanha da Chapa 2 tem sido muito bem recebida pela categoria. Mais de 1.000 bancários de Banco do Brasil e mais de 500 da Caixa Econômica Federal assinaram um manifesto de apoio. A adesão é grande entre os trabalhadores da iniciativa privada, também vítimas da política de parceria da direção do sindicato.

“Quando tomam conhecimento de nossas propostas, muitos bancários concordam e dizem que votarão na Chapa 2, pois não aguentam mais tanto arrocho e a parceria com os banqueiros. O candidato da outra chapa, inclusive, está sendo chamado pela base de “presidente decrescente”, pois a cada ano de sua gestão o salário vai diminuindo”, ressaltou Cyro Garcia, candidato a vice-presidente de bancos públicos e militante do PSTU.

No dia 30 de março haveria uma grande festa da Chapa 2, para arrecadar fundos e reunir os apoiadores. Está sendo vendida também uma rifa para ajudar na campanha. A distribuição de boletins e discussão com os trabalhadores na porta das agências seguiria intensa na semana da reta final.

Militantes e ativistas de outros estados começavam a chegar para fortalecer a campanha da Chapa 2 e, dessa forma, contribuir para o fortalecimento de uma alternativa de luta, classista e democrática para os bancários do Rio de Janeiro.

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    Post author Marisa Carvalho, da redação
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