Coletiva do ministro da Fazenda, Antonio Palocci
Agência Brasil

Buratti solta acusações de que o ministro recebia propina em Ribeirão Preto (SP). Governo e oposição montam operação para blindar Palocci e a economiaA não ser por um ou outro sobressalto, o ministro Antonio Palocci e a política econômica pareciam estar protegidos da crise política que inundou o governo e o Congresso. Essa situação mudou quando foi preso o ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), o advogado Rogério Buratti, no dia 17 de agosto.

Ao ser preso, Buratti se sentiu abandonado pelos ex-companheiros petistas e resolveu se beneficiar do recurso da delação premiada. O advogado foi preso por causa de gravações telefônicas autorizadas pela Justiça que mostraram que ele tentava destruir provas de lavagem de dinheiro. Buratti prestou depoimento à Polícia Civil em Ribeirão Preto, dizendo que o atual ministro da Fazenda recebia R$ 50 mil por mês da empreiteira Leão Leão quando era prefeito, entre 2001 e 2002. Segundo Buratti, quem retirava o dinheiro era o ex-secretário Ralf Barquete Santos, morto em 2004. Os pagamentos eram contabilizados através de notas fiscais frias e o dinheiro desviado era mandado ao Diretório Nacional do PT, através do ex-tesoureiro Delúbio Soares. As notas fiscais frias eram obtidas com fornecedores de cimento e de combustível.

A propina repassada pela Leão Leão era uma moeda de troca para que a prefeitura mantivesse com a empreiteira o contrato para a coleta de lixo. Mesmo com a saída de Palocci da prefeitura para assumir o ministério, a propina continuou a ser paga a Gilberto Maggioni, o vice que assumiu em 2002. Mas o esquema também funcionava em outras três prefeituras da região, de acordo com Buratti: Matão, Monte Alto e Sertãozinho. Esses prefeitos acusados de receber propina e que são parte do mesmo esquema organizado por Buratti são do PSDB e do PT. Como se vê, as diferenças entre o PT e a suposta oposição burguesa estão cada vez mais dissolvidas.

As irregularidades nas licitações de prefeituras de São Paulo e em Minas Gerais já vêm sendo investigadas há tempos. Em outubro de 2004, o