Redação
O governo genocida de Bolsonaro está levando o país rapidamente para o fundo da cova. O quão fundo ela é, ninguém sabe. Enquanto a pandemia se alastra e os mortos vão sendo empilhados, existe uma política consciente do governo de não realizar testes em massa, medida fundamental, segundo especialistas, para identificar o ponto da pandemia em que estamos e implementar políticas públicas para enfrentá-la.
Essa não é a preocupação de Bolsonaro. Ao contrário, o coveiro que ocupa a Presidência faz de tudo para sabotar qualquer medida de distanciamento social, levar o povo de volta ao trabalho e manter a economia rodando. Leia-se: proteger os lucros dos grandes empresários e banqueiros e garantir seu projeto de reeleição ou de autogolpe.
Por isso ele defende a tal “imunização de rebanho”, que é simplesmente não fazer nada e deixar que todo mundo se infecte até que a pandemia pare por si só. Além de não haver qualquer evidência de que a “imunização de rebanho” funcione para o coronavírus, se isso desse certo, teríamos, na mais otimista das hipóteses, mais de 1 milhão de brasileiros mortos. O médico sanitarista Sérgio Zanetta, do Centro Universitário São Camilo, definiu essa ideia muito bem como uma “estratégia de destruição em massa”. Ou, sendo mais específico, destruição em massa de trabalhadores e pobres, os mais afetados pela pandemia.
PICARETA
Cloroquina é enganação para o povo voltar ao trabalho
Isso é o que está por trás da dança das cadeiras no Ministério da Saúde. Após a saída de Luiz Henrique Mandetta, o fantoche Nelson Teich pediu as contas com menos de um mês no cargo. Ambos são agentes dos grandes planos de saúde privados e de hospitais particulares e não estão, como nunca estiveram, preocupados com a vida do povo. Mas nem mesmo eles puderam dar consentimento à política assassina de Bolsonaro, de mentir ao povo dizendo que existe um remédio milagroso para o coronavírus, a cloroquina, e que, portanto, todos deveriam voltar a trabalhar.
Eles sabem
É mais do que ignorância. O governo tem estudos, inclusive da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que mostram o perigo da Covid-19 no país e a sua taxa de evolução, assim como os diferentes cenários de infecção e mortes. O próprio Exército fez um levantamento nos estados sobre a capacidade do sistema funerário.
Bolsonaro sabe também que todas as pesquisas realizadas no Brasil e no mundo não provaram a eficácia da cloroquina. Muitas prescrições tiveram de ser canceladas por conta de seus efeitos colaterais, principalmente arritmia. Mesmo assim, de forma criminosa, mandou o general Eduardo Pazuello, que era quem mandava de fato no ministério de Teich e ocupa o cargo em caráter interino, assinar um decreto que prescreve a medicação até nos casos leves da doença.
Atrás da Venezuela
Enquanto isso, vivemos um apagão de dados. O Brasil é um dos países que menos faz testes no mundo, atrás até da Venezuela. Os números de mortos e infectados que vemos todos os dias nos jornais se referem a dados de uma, duas ou até três semanas atrás. Nem mesmo o número de leitos de UTI, respiradores ou taxa de ocupação temos de forma centralizada. O país enfrenta a pandemia no escuro.
Mesmo com dados subnotificados, enquanto fechávamos esta edição, caminhávamos para ser o centro da pandemia no mundo, com mais de 270 mil casos notificados e quase 18 mil mortos. A cada dia que passa no poder, o governo Bolsonaro e Mourão cava a vala na qual o país se encontra.
RANKING
Brasil é o 3º em número de casos
– EUA 1.556.006
– Rússia 299.941
– Brasil 271.628
– Reino Unido 248.818
– Espanha 232.037
– Itália 226.699
Fontes: Ministério da Saúde, OMS e Wikipedia (atualização em tempo real, dados de 19 de maio)
Explodem mortes por doenças respiratórias e pneumonia
O número de mortos por doenças respiratórias explodiu este ano, mostrando que a maioria das vítimas fatais da Covid-19 não entram nas estatísticas.
ABSURDO
Pesquisadores são presos ao tentarem realizar testes
Enquanto o governo joga com a desinformação, a tentativa mais séria de enfrentar o apagão de dados no país é reprimida pela polícia. Um estudo da Universidade Federal de Pelotas junto com o Ibope previa a coleta de dados e testes em 133 municípios de todo o país, ação fundamental para entender a propagação do coronavírus.
Em 33 cidades, as equipes que trabalham na pesquisa foram detidas pela política e tiveram seus materiais apreendidos ou danificados. Isso não é tudo. Além de serem detidos como bandidos, muitos pesquisadores foram agredidos pela população, mostrando o efeito criminoso das fake news propagadas pela ultradireita bolsonarista.