A truculenta abordagem policial contra uma mulher negra, em Itabira-MG, causa repúdio e indignação em todos que tiveram acesso ao vídeo divulgado nas redes sociais. A mulher foi agredida com seus filhos e imobilizada com o joelho do policial, como foi feito com George Floyd nos EUA. A população indignada tenta romper com o ataque, mas um dos policias busca na viatura uma arma para dispersão da população, ameaçando os presentes. Toda solidariedade às vítimas dessa violência.

A justificativa da Polícia Militar, em nota, foi de que seu marido foi apreendido com armas e munições e a mulher teria colocado seus filhos como escudo humano. O que a nota da PMMG não fala é que a justificativa para tal atuação é a política racista e machista das forças policiais. Casos de violência como esse e o que vimos nessa semana na cidade de Varginha-MG, onde ocorreu um chacina orquestrada pela PMMG e aplaudida pelo Governador Romeu Zema, é o que ocorre cotidianamente nas periferias das grandes cidades, nos morros, favelas: punição e execução sem julgamento.

O machismo e racismo expresso no caso de Itabira-MG não é um fato isolado. Devemos denunciar todas as ações de crimes e abusos cometidos por policiais e exigir que os mesmos e seus comandantes, que realizaram essa ação truculenta sejam afastados, julgados e punidos. Não podemos aceitar uma ação dessa como algo comum e corriqueiro.
A violência policial baseia-se na função que as polícias tem na sociedade capitalista: manutenção da propriedade privada e circulação do capital. Lembramos que os chefes superiores das Polícias são os governadores, o presidente e os verdadeiros ricos que comandam o Estado burguês. A manutenção da impunidade para os assassinos da Vale, dos que praticam trabalho escravo e outros, expressa que a seletividade de ação das PMs, que encarcera e violenta os negros e pobres e não movem uma palha para responsabilização dos ricos.

É necessário mudar o papel da segurança pública na defesa dos/as trabalhadores/as e não da propriedade privada. Defendemos o fim desse modelo de policia que joga pobre contra pobre, enquanto os altos oficiais e chefes do Executivo aplaudem chacinas e brindam a impunidade dos ricos, como os Executivos da Vale. A desmilitarização da polícia, o fim da hierarquia militar que submete os soldados à seu comandante, e principalmente a conformação de uma força policial controlada pelos/as trabalhadores/as e povo pobre com comandos eleitos e mandatos revogáveis devem ser as saídas para que a política de segurança esteja ao lado da classe trabalhadora e se virar contra os exploradores e opressores na garantia do capital. Mas para isso também é necessário a destruição do capitalismo, que é sustentado por um modelo de segurança a favor das grandes riquezas e a construção de um outra sociedade, socialista, com um modelo de segurança a favor de quem produz a riqueza na sociedade.