O governo do Haiti resolveu proibir os atos e protestos do Dia Internacional dos Trabalhadores. A informação foi dada pela organização sindical popular, BATAY OUVRIYE (Batalha Operaria). Se utilizando da desculpa de que o dia é “festivo” e não de protestos, o governo haitiano tenta com essa medida restringir qualquer tipo de manifestação que possa se converter em uma denúncia contra a crise da fome que assola o país.

Recentemente o Haiti foi sacudido por espontâneas mobilizações de massas, depois que os preços dos alimentos triplicaram. Famintos, os haitianos chegar a protestar em frente ao palácio presidencial e derrubaram seus portões. A resposta do presidente René Préval foi uma violenta repressão das tropas da ONU, lideradas vergonhosamente pelo Brasil, que vitimou vários haitianos. Em seguidas, as forças da ONU proibiram reuniões e os soldados realizaram sistemáticas patrulhas nos bairros pobre de Porto Príncipe, capital do país.

Como se já não bastasse o fato do governo Lula manter cerca de 1.200 soldados ocupando o país para fazer o trabalho sujo do imperialismo, agora a ação das topas brasileiras sustenta e garante, sob a ponta de baionetas, a proibição de um direito elementar dos trabalhadores: de se manifestarem no seu dia. O pior é que isso tudo é garantido pelo governo de um ex-operário e sindicalista que lutou contra a proibição de atos e protestos no primeiro de maio realizada pela ditadura militar.

É preciso repudiar mais essa abritrariedade cometida pelo governo brasileira contra o povo haitiano. É preciso exigir o fim da ocupação e a retirada imediata dos soldados do país.

Leia abaixo a nota da BATAY OUVRIYE sobre a proibição.
Na presente nota, a Batay Ouvriye quer anunciar e outra vez denunciar, a toda imprensa, o fato de que estão nos negando novamente o direito de se manifestar em pleno primeiro de maio!

Efetivamente, em Cabo-Haitiano, mas também em Porto-Príncipe, a policia nos proibiu de sair às ruas, sob o pretexto de que existem muitas mobilizações, fazendo referência as expressões burgueses e governamentais como férias e outras exposições artesanais alienantes.

Contudo, sabemos que o direito de se manifestar é constitucional e, sobretudo, que o primeiro de maio é puramente comemoração da mobilização da classe operária. Por isso, de toda foram, estaremos nas ruas! Não só para seguir denunciando o alto custo de vida, o salário baixo e o desemprego e a corrupção que os acompanham, mas também as medidas paliativas com as quais pensam em sair desta crises, como proibir de fato nossas mobilizações.