Encerramento do ato, com o hino da Internacional
Wladimir Souza / Cromafoto

Na tarde de 27 de maio, o PSTU realizou em São Paulo um ato político pela construção da frente classista para as eleições 2006. O ato teve início às 16 horas, na quadra dos bancários, no Centro. O ato lançou a pré candidatura de Zé Maria à vice-presidência, para uma chapa encabeçada por Heloisa Helena do PSOL, proposta que vem sendo discutida há meses entre os dois partidos e pelo PCB.

O ato reuniu cerca de 500 pessoas, sendo a grande maioria dos principais setores em greve e em luta, como os servidores públicos federais das universidades, do judiciário federal, além de trabalhadores do metrô de São Paulo, da Volks, e ativistas da ocupação sem-teto do Pinheirinho, de São José dos Campos. Marcaram presença também outras organizações políticas, como a Liga Bolchevique Internacionalista e a Liga Estratégia Revolucionária. Do PSOL, vieram o grupo Socialismo Revolucionário e o Núcleo Socialista, de Guarulhos.

A frente das lutas
A Conlutas esteve presente através das várias categorias que fazem parte da construção dessa entidade. Luís Carlos Prates, o Mancha, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ressaltou que a reorganização dos trabalhadores e a construção de alternativas está se dando através da Conlutas, sindicalmente, mas também politicamente, através da tentativa de se construir uma frente classista. “Assim como se apontou uma alternativa sindical ao construir a Conlutas, este ato de hoje é um ato de resistência, para construir uma alternativa política, uma frente classista”, completou.

Mancha também ressaltou a ligação dessas alternativas através do programa, dizendo que “o programa da frente classista tem que representar as lutas dos trabalhadores, da juventude, dos movimentos sociais, dos negros, mulheres, de todos os setores oprimidos”.

O professor Mauro Puerro, militante do PSTU e dirigente da Oposição Alternativa da Apeoesp, declarou que “o Congresso que fundou a Conlutas não votou posição sobre as eleições, mas isso não impede a mim de vir aqui discutir o processo que está ocorrendo neste momento no país. Este é um ato de apoio a Zé Maria, mas é também um ato de luta, sobre a necessidade de apoiar os movimentos sociais e as greves que estão ocorrendo, sobre a construção de alternativas para a classe trabalhadora do país”.

Uma alternativa aos trabalhadores
Zé Maria encerrou o ato, falando sobre as conseqüências das políticas neoliberais aplicadas por Lula, dentre elas o fenômeno de violência que arrebatou o país e principalmente São Paulo neste mês. Depois, afirmou a necessidade de construir uma frente classista “para derrotar este governo e apresentar uma alternativa para os trabalhadores e trabalhadoras deste país”.

Zé Maria lembrou mais uma vez que as mudanças significativas na vida da classe trabalhadora não são produzidas por processos eleitorais. “No entanto, não menosprezamos esse processo, pois os trabalhadores e trabalhadoras do país vão votar. Temos que apresentar uma alternativa para disputar o voto dos trabalhadores contra Lula e contra Alckmin. Chamamos o PSOL e o PCB a lutar pelo desbloqueio desta falsa polarização Lula/Alckmin. Podemos e devemos fazer essa disputa para elevar a consciência da classe trabalhadora e fortalecer os processos de mobilização”, afirmou.

Sobre as dificuldades de concretizar a frente, Zé explicou a importância do programa, lembrando a história petista: “Foram 25 anos que a classe trabalhadora perdeu pois foi convencida pelo PT de que quanto mais votos melhor. E deu no que deu, com a eleição de Lula em 2002. A esquerda não tem o direito de repetir esse engodo à classe trabalhadora do país!”.

Zé finalizou afirmando que o PSTU continuará buscando a construção da frente e chamou cada um que estava presente no ato a procurar os ativistas, os militantes do PSOL, para discutir este conteúdo para a frente. O ato se encerrou por volta das 18h30, com os mais de 500 presentes cantando o hino da Internacional.