Ato reuniu cerca de 300 pessoas
PSTU-RJ

Ato ocorre em meio às atividades e manifestações da Cúpula dos PovosEm mais um ato em comemoração pelos 30 anos da LIT-QI, cerca de 300 pessoas lotaram o auditório da ACM, no Rio de Janeiro. Na capital carioca, sob clima de efervescência gerado pelos protestos e eventos paralelos à Rio+20, o PSTU reuniu seus militantes e simpatizantes no debate “a crise do capitalismo e a alternativa socialista”.

Antes do debate, foi exibido o curta metragem “Os presos de março”, dirigido por estudantes da UFF. O filme conta a história da prisão dos 13 militantes durante o ato contra a visita de Obama ao Brasil, em março do ano passado. Retomar esse episódio, vivido tão intensamente pelos militantes da regional Rio, garantiu o teor de emoção do ato. Ao fim da exibição do documentário, foi anunciada a conquista do arquivamento do processo contra os companheiros presos – fato calorosamente aplaudido.

Representando a Direção Estadual do PSTU-RJ, coube a Miguel Malheiros realizar a saudação inicial do ato. Em sua fala, registrou a presença de professores, funcionários e estudantes em greve nas universidades públicas; metalúrgicos da chapa de oposição em Niterói, que também fizeram greve; educadores da rede estadual e demais setores em luta. Segundo Miguel , junto com esses trabalhadores é que o PSTU pretende “construir um mundo em que o trabalho não nos desumanize, o que só é possível com o socialismo” .

Em seguida, Clara Saraiva, em nome da Juventude do PSTU, abriu o debate, relatando sua viagem ao Egito – durante o processo revolucionário naquele país. Segundo Clara, a “cara” das revoluções no mundo árabe e norte da África foi dada pelo protagonismo da juventude, o que dá “ânimo a uma nova geração de lutadores, em todo mundo, que surge sem o peso de derrotas do passado”.

Também no Brasil, ainda na opinião de Clara, há uma juventude em luta. “Não apenas nas greves das federais, não apenas estudantes. Há jovens lutando em nosso país, nos canteiros de obra, nas fábricas e nas lutas da classe trabalhadora. Para essa nova geração, o PSTU quer ser uma alternativa política, de luta pelo socialismo” .

Por sua vez, Alejandro Iturbe – representando a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional – centrou sua intervenção nos aspectos mais concretos da atual crise econômica mundial. Os planos de austeridade, a retirada de direitos e cortes nos salários estão rebaixando os padrões de vida dos trabalhadores, sobretudo na Europa. Para “salvar os bancos”, os organismos internacionais impõem a perda de soberania dos países, que, contando com governos a serviço do sistema financeiro, atacam brutalmente seus trabalhadores.

Por outro lado, Alejandro também fez um apanhado da resistência heróica dos povos contra esses planos de ajuste. “A Grécia ou a Espanha eram, há alguns atrás, a referência de onde, afirmavam os capitalistas, os países pobres deveriam chegar. Eram, como países imperialistas, símbolos da suposta vitória do capitalismo. Hoje, se o que vemos na Europa é o triunfo do capitalismo, então a humanidade está perdida” .

Para Alejandro, toda essa situação está reafirmando a atualidade do socialismo, já que o capitalismo – que não garante futuro às pessoas comuns – não merece seguir vivo. Mas o que, mesmo as heróicas lutas em curso pelo mundo deixam claro, é a necessidade de se construir uma direção, que possa conduzir as lutas contra os ataques provenientes da crise rumo à ruptura com o capital e a construção do socialismo.

Ao fim dos discursos, o plenário foi novamente preenchido com emoção, ao ser cantada A Internacional. A trajetória de 30 anos da luta da LIT-QI pela construção de uma direção internacional revolucionária motiva a sua militância a seguir nessa grande empreitada. Foi o que se pôde perceber no ato carioca, é o que se pode perceber também nas ruas, na luta com o PSTU.