Eleição dos representantes começa em clima de lutas e debates pelo paísNo dia 23 de março se iniciou a eleição de delegados ao Congresso Nacional dos Estudantes. Por todo o Brasil serão centenas de assembléias e eleições envolvendo milhares de estudantes na escolha dos representantes. Para que o processo seja democrático e pela base, foi decidido que as eleições irão ocorrer por curso, com um critério bastante amplo. Cada curso com até 300 alunos poderá enviar até cinco representantes. O curso que tiver mais alunos matriculados poderá eleger mais um representante, para cada 100 estudantes a mais.
Congresso será no Rio de Janeiro
O local do congresso já foi definido. Será no Rio de Janeiro, de 11 a 14. O local mais provável é a UER. Ao lado do estádio do Maracanã, a universidade possui um movimento estudantil combativo, historicamente a frente das lutas nacionais.
Para organizar um congresso nacional livre dos governos, é preciso independência também em sua preparação. Para isso, em todo o país, além de eleger os representantes, os estudantes estão levando a campanha “Doe 1 real ao congresso nacional” e outras iniciativas para levantar grana. Percorrendo as salas de aula e pedindo a contribuição de todos. É assim que o novo movimento estudantil vai garantindo o congresso.
Eleger milhares de delegados na base para avançar nas lutas
A eleição de delegados se inicia em um momento em que importantes lutas acontecem. De norte a sul, o movimento estudantil começa a protagonizar importantes ações contra a crise econômica e seus efeitos sobre a juventude e a educação. A eleição dos representantes se dá no calor destas lutas.
O momento da eleição de delegados será fundamental para discutir nas salas de aula um programa da juventude contra a crise. Um programa que exija nenhum centavo a menos para a educação, que denuncie os cortes de verba e o REUNI, que exija a redução das mensalidades e a estatização das universidades privadas em crise e denuncie o financiamento público aos tubarões de ensino. Um programa que exija o veto à restrição a meia-entrada e defenda o acesso à cultura e lazer para a juventude.
Mas a elaboração e agitação das bandeiras é apenas um primeiro passo. O congresso dos estudantes terá a tarefa de definir um plano de lutas, que possa envolver milhares de estudantes. Para poder seguir avançando nas mobilizações será necessário que o congresso aprove a criação de um novo instrumento nacional de luta para o movimento estudantil, livre dos governos, que possa cumprir o papel de organizar nossas lutas e reivindicações.
Pelo país:
As lutas e organização do congresso nos estados
São Paulo
Em São Paulo, os estudantes preparam um Encontro Estadual que irá unir as lutas das estaduais paulistas contra o corte de verbas e o ensino a distância com a luta das universidades pagas pela redução das mensalidades e fim da perseguição aos inadimplentes. O encontro irá debater também os rumos do movimento estudantil.
Rio de Janeiro
No dia 28 de março, mais de 300 estudantes ocuparam um cinema em defesa da meia-entrada e já há mais de 5 mil assinaturas recolhidas em defesa deste direito. No dia 30, foram mais de 1.500 estudantes ocupando as ruas junto com os trabalhadores e afirmando que não irão pagar pela crise. No dia 02 de Abril ocorreu a plenária estadual do congresso dos estudantes, reunindo dezenas de ativistas.
Agora os ativistas que constroem o congresso estão envolvidos com as eleições do DCE UFRJ que irão ocorrer nos dias 5, 6 e 7 de Maio. A atual gestão “De que lado você samba?”, comprometida com a construção do Congresso Nacional dos Estudantes, formou uma chapa incorporando novos lutadores para manter o DCE na luta.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, no dia 1º de abril ocorreu em Ouro Preto uma plenária estadual que debateu a construção do Congresso Nacional dos Estudantes, com a presença de estudantes da UFMG, UFSJ, UFOP etc.
Em Juiz de Fora, o pessoal está envolvido nas eleições do DCE, que ocorrem em 15 e 16 de abril. A chapa “Não vou me adaptar” reúne novos ativistas e estudantes que estão na gestão atual e tem como uma de suas propostas levar a discussão sobre o Congresso Nacional de Estudantes.
Brasília
No dia 02 de Abril, cerca de 200 estudantes realizaram ato comemorando um ano de ocupação da reitoria da UnB. Os estudantes marcharam até a reitoria e apresentaram suas reivindicações. Na segunda semana de Maio irão ocorrer as eleições do DCE. Os lutadores que estão construindo o Congresso formaram uma chapa de unidade com outros setores de esquerda para manter o DCE na luta.
Bahia
Na Bahia várias universidades estaduais e campi da UNEB estão vivendo ocupações de prédio, diretorias e reitorias. No dia 21 de março, Salvador sediou a plenária nacional de construção do Congresso Nacional dos Estudantes. Além dos demais estados, a plenária contou com estudantes de diversas universidades da Bahia, como a UFBA, UNEB, UEFS e UESB.
Ceará
Em Fortaleza o movimento estudantil ocupou as ruas no dia 30 contra o aumento da passagem e a restrição da meia-entrada. No dia 14 de Março ocorreu o Seminário Estadual de construção do congresso, reunindo dezenas de ativistas.
Pará
Já são mais de 1.500 assinaturas no abaixo-assinado em defesa da meia-entrada. Na UFPA os estudantes estão lutando em defesa da nomeação do reitor eleito pela comunidade. Na UEPA há uma forte luta em curso pela assistência estudantil. Em maio, os estudantes paraenses realizam a sua plenária estadual, preparando a viagem até o Rio de Janeiro.
Post author Camila Lisboa e Bruno Machion, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
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