Pesquisa mensal do IBGE mostra maior desemprego desde setembro de 2007; avanço se dá principalmente entre os jovensPesquisa mensal sobre o nível de emprego realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesse dia 24 de abril revela o aumento no desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país. Segundo o Instituto, o número de desempregados avançou de 8,5% em fevereiro para 9% em março, o maior índice desde setembro de 2007. Em março de 2008 esse número correspondia a 8,6%.

Entre fevereiro e março, 141 mil trabalhadores ficaram desempregados nas regiões pesquisadas. A crise econômica fez com que o número de desempregados superasse os 2 milhões, fechando março com 2,1 milhões de pessoas sem ocupação. A pesquisa mensal do IBGE abrange as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Evolução da taxa de desemprego [Fonte: IBGE]

Um dos lugares mais afetados foi a capital paulista. Na região de São Paulo, 41 mil postos de trabalho foram fechados em março, fazendo com que o número de desempregados chegasse a 1.045 milhão. Tal resultado reflete o avanço do corte de vagas na indústria. A taxa de desemprego no setor ultrapassa os 6%. Os empregos na indústria recuaram 1,5% ante fevereiro e 1,2% em relação a março de 2008.

Como sempre, os mais jovens acabam sendo os mais afetados com o desemprego. De acordo com o IBGE, o desemprego na faixa etária de 16 a 24 anos subiu de 18,9% em fevereiro para 21,1% em março, atingindo a maior taxa desde agosto de 2007.

Crise se aprofunda
A alta do desemprego em março, inclusive na indústria, mostra que a crise está se aprofundando no país. Revela ainda que toda a política de subsídios do governo aos empresários não se reverte em empregos, tampouco na recuperação da economia.

Segundo estimativa mais recente publicada pelo próprio FMI, o Brasil vai ter recessão de 1,3% em 2009, o mesmo índice de retração que a economia mundial deve passar no ano.