Nesta semana, George W. Bush será recebido com muitos protestos na América Latina e, principalmente, na Argentina, onde ele estará para a IV Cúpula das Américas. No Brasil, há manifestações marcadas nas principais capitais. Na Argentina, estão programados muitos protestos, sendo o principal deles em Mar Del Plata, local onde ocorre a Cúpula.

No dia 1º de novembro teve início uma anti-cúpula, a III Cúpula dos Povos, um evento em contraposição à Cúpula das Américas. O slogan do evento é “Outra América é Possível” e sua principal atividade será a grande marcha contra Bush em Mar Del Plata, no dia 4 de novembro. Para esse protesto principal já estão confirmadas as presenças do presidente venezuelano Hugo Chávez, do líder do partido boliviano MAS, Evo Morales, do cantor cubano Silvio Rodríguez e do ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona.

Mas esse não será o único ato contra o presidente norte-americano durante sua visita à Argentina. Cartazes e pichações contra Bush já cobrem diversos muros argentinos. No dia 3 de novembro, começam os protestos, cacerolaços, paralisações e bloqueios de ruas na cidade de Rosário. Ainda no dia 3, trabalhadores de Córdoba farão um protesto diante da empresa de armamentos Lockheed Martin,empresa norte-americana instalada na Argentina, que colabora com as ações da OTAN e é responsável por demissões em massa na cidade.

Nesta sexta, dia 4, além da grande marcha contra Bush em Mar Del Plata, diversas marchas e assembléias menores devem ocorrer em cidades como Córdoba e Santiago Del Estero. Haverá uma grande marcha também na capital Buenos Aires. A CTA (Central de los Trabajadores Argentinos) também convocou para esta semana uma greve geral contra a presença de Bush na Argentina, com bloqueios de estradas.

Caravanas de diversos países estão participando das atividades da anti-cúpula e dos protestos na Argentina. Nesta quarta, houve um grande confronto em uma estação de trens em Buenos Aires, após o cancelamento de uma viagem. Entre os passageiros, muitos iriam se somar aos protestos em Mar Del Plata. Cerca de 90 pessoas foram presas e muitas ficaram feridas.

Entre essas delegações estão representantes brasileiros, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e do Sintrajud-SP (Sindicato dos Trabalhadores no Judiciário Federal do Estado de São Paulo), entre outros. Ao mesmo tempo em que o presidente Kirchner recebe Bush de braços abertos, afastando-se da fantasia de independência em que se travestia, os trabalhadores e a juventude converterão o país em uma grande Seattle latino-americana.