O movimento estudantil não sofre com o peso das derrotas do passado, muito menos está preso às manobras burocráticas do governismo. Seu alto grau de espontaneidade e renovação facilita a superação das velhas direções oportunistas e abre caminho à construção do novo. No entanto, a UNE desarticulou as mobilizações e desconstruiu os princípios do movimento, educando gerações de ativistas com métodos degenerados e despolitizados.
O rechaço à velha entidade, que estimula o processo de rupturas, não necessariamente se transforma na construção de uma nova ferramenta. A experiência negativa com a UNE fez milhares de jovens abandonarem a militância estudantil e outros tantos mil não reconhecerem a importância da organização dos estudantes de todo o país.
Por tudo isso, a juventude do PSTU impulsiona a construção da ANEL como alternativa ao processo de reorganização do movimento estudantil. Estamos, diariamente, ao lado de milhares de ativistas independentes, nos esforçando para impedir a desarticulação do movimento e reunir os estudantes. Nosso objetivo é construir uma entidade em que as mobilizações futuras sejam preparadas a partir de um espaço nacional democrático e independente.
Queremos que o movimento estudantil brasileiro, por meio da atuação da ANEL nas universidades, faculdades e escolas, resgate seus princípios, como a solidariedade internacional, a aliança com os trabalhadores, a ação direta, a democracia de base, a independência financeira e política e a autonomia frente aos partidos.
Nossa obrigação é incentivar esse projeto: um instrumento de luta da juventude, plural e independente, com o objetivo de organizar uma parcela dos estudantes para enfrentar os governos do PT e da direita, os empresários, as reitorias e diretorias de escola.

Segundo Congresso da ANEL: organizar o futuro de luta
Hoje, a ANEL não é mais uma aposta: já é um grande acerto. Fundada em 2009, nesses últimos quatro anos, não apenas se consolidou como também cresceu.
Em seu congresso, mais de dois mil estudantes vão presenciar uma alternativa viva, representativa, já com o legado das principais mobilizações do último período. Serão quatro dias de intensos debates sobre a realidade brasileira e as próximas lutas dos estudantes do país.
Esperamos que os temas que serão discutidos no congresso sirvam para preparar os combates contra o governo Dilma, a partir do balanço dos 10 anos do PT no poder, e dar respostas políticas aos ataques do momento. O 2º Conanel vai ter painéis, grupos de discussão e mesas de debates que serão espaços de formação e elaboração coletiva sobre campanhas internacionais, os impactos da Copa do Mundo no Brasil, as políticas de Permanência Estudantil, a privatização do petróleo e o investimento na educação, a restrição da meia-entrada e a volta do monopólio da UNE, a situação caótica do transporte público e a luta pelo passe-livre nacional.
Além das próprias campanhas políticas que o congresso pode aprovar, outra vitória fundamental será o aprofundamento do processo de reorganização do movimento estudantil, por meio da expansão da ANEL e de suas estruturas organizativas. O 2º Conanel vai debater também o Estatuto da entidade, sua política de arrecadação financeira e o funcionamento de seus fóruns deliberativos.
 

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