As Coca-Colas, os McDonalds, os Exterminadores do Futuro, as Britneys não invadem somente o Brasil ou a América Latina. Da mesma maneira que busca dominar economicamente e militarmente o planeta, o imperialismo norte-americano quer impor seu modo de vida.

Isso tudo não é somente a presença de outra cultura nos países, mas uma invasão avassaladora. Não se pode negar as outras culturas e suas contribuições. Há excelentes escritores, artistas e músicos norte-americanos. Mas não é isso que chega ao nosso cotidiano, e sim o lixo cultural produzido pela indústria imperialista.

Com a Alca, essa relação se aprofundará e os países da América Latina perderão sua soberania em todos os sentidos. O PEC 222 (projeto de emenda constitucional) já prepara o acordo nessa área. Ele permitiu que as empresas de comunicação no Brasil tenham até 30% de capital internacional. A Alca não permitirá sequer esse tipo de limitação, pois não fará diferenciações entre o capital nacional e internacional, ou seja, um setor-chave como a comunicação ficará nas mãos das grandes multinacionais. Com a comunicação nas mãos, será ainda mais fácil consolidar os modelos culturais impostos, já que é pelos meios de comunicação que se difunde e se impõe o modo de vida.

Inclusive este texto que você está lendo é prova da imposição dos modelos pré-fabricados. As regras do jornalismo, que seguem um modelo norte-americano, exigem uma busca pela objetividade, por uma inalcançável imparcialidade. Por isso, este texto está em terceira pessoa. Por essa razão, expressões como “nós precisamos” ou “eu acho” não são usadas no jornalismo. Isso também mostra o tamanho do desafio que é lutar contra tais modelos e que é preciso uma revolução para fazê-lo. A luta contra a Alca inclui a luta contra a invasão do lixo cultural. Assim, levantemos (em primeira pessoa, mas no mais amplo plural) essa bandeira!

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