Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
No dia 19 de fevereiro, o PSTU realizará uma Plenária Nacional de Mulheres, cujo objetivo é discutir a situação do Brasil e a luta das mulheres. A plenária será virtual e aberta para as militantes e simpatizantes do partido e para todas aquelas que quiserem debater conosco. Vamos conversar sobre o momento atual e a saída para enfrentarmos a crise e os ataques cada vez maiores aos nossos direitos e para pôr fim ao machismo e à desigualdade das mulheres.
O país vive um momento de grave crise sanitária, econômica e social, que une os efeitos da pandemia aos da crise econômica. O país é comandado por um governo genocida, cuja política já condenou quase 240 mil brasileiros à morte pela COVID-19. O desemprego e o fim do auxílio emergencial, somados ao aumento da carestia, têm lançado milhares na miséria. A incompetência e a má-fé do governo em prover vacinação em massa para a população têm gerado indignação popular.
Mais vulneráveis
Ao mesmo tempo, estamos assistindo ataques cada vez maiores às mulheres e ao conjunto dos oprimidos pelo aumento do ódio e da violência, mas também porque no interior da classe trabalhadora são os setores que sentem de forma mais contundente os efeitos da crise. O machismo naturalizado na sociedade e a falta de políticas de enfrentamento à violência deixaram mulheres e meninas vulneráveis durante a pandemia: a violência doméstica e os feminicídios explodiram, bem como os estupros e outras formas de violência contra mulheres e LGBTs.
As mulheres trabalhadoras, em especial as pretas e pobres da periferia, além do aumento da violência machista, amargam a sobrecarga do trabalho doméstico e as maiores taxas de desemprego e pobreza. Fomos as primeiras a perder nossos postos de trabalho e nada indica uma perspectiva de recolocação. As que estão na linha de frente (a maioria) enfrentam a falta de condições de trabalho e vacinas insuficientes para garantir nossa saúde e nossa vida.
Ainda temos de lidar com o peso do cuidado da casa, dos filhos e familiares doentes, sem apoio e garantias do Estado. Isso sem falar na violência institucional pela falta de direitos, como a restrição ao aborto, numa legislação utilizada como ferramenta de discriminação contra mulheres e de um judiciário que favorece agressores e estupradores.
É nessa perspectiva que estamos chamando a Plenária Nacional de Mulheres do PSTU. O processo eleitoral evidenciou a polarização em torno do tema das opressões e a necessidade de organizarmos as mulheres trabalhadoras e a jovens, com independência de classe, por meio de um programa que não se limite a defender empoderamento nos marcos do sistema, mas que aponte uma saída estratégica para acabar de forma definitiva com a opressão e a exploração capitalista.
Luta internacional
No mundo todo, as mulheres têm se levantado contra o machismo e a violência e contra os ataques aos direitos. Na Polônia, mesmo em meio à pandemia, as mulheres foram obrigadas a sair às ruas para derrotar um projeto do governo que restringia ainda mais o direito ao aborto. Na Argentina, após anos de luta, as mulheres finalmente conquistaram a legalização do aborto. Nos levantes contra o racismo nos Estados Unidos a participação das mulheres foi expressiva, assim como tem sido na revolução chilena e nas lutas da classe trabalhadora e da juventude em outras partes do mundo.
Todos esses exemplos evidenciam que a luta das mulheres não está dissociada das lutas da classe trabalhadora, e é cada vez mais urgente combinar a luta contra o machismo e a opressão com a luta contra o sistema numa perspectiva socialista e revolucionária.
8 DE MARÇO
Mulheres trabalhadoras contra a violência, por vacina, auxílio emergencial e pelo “Fora Bolsonaro e Mourão!”
Estamos a um mês da realização do 8 de Março, e por todo o Brasil as reuniões de construção dos atos já estão ocorrendo. Além dos atos nas regiões, há uma articulação nacional envolvendo partidos, centrais sindicais, movimentos sociais e de mulheres para a construção de uma atividade unitária do 8M para dar um caráter nacional e visibilidade para a data.
Em meio ao agravamento da pandemia e da crise, é urgente reafirmar o 8M como um dia de lutas das mulheres trabalhadoras contra o machismo e a exploração. Neste ano, vamos botar o bloco na rua contra a violência, por vacina para todas e todos, pela garantia do auxílio emergencial até o fim da pandemia e, sobretudo, para botar pra fora esse governo genocida e machista de Bolsonaro e Mourão!